Santana diz-se convencido com explicações de Marcelo sobre silêncio

“Demonstrou que, quando a hora aperta, tem uma atitude naturalmente diferente em termos institucionais”, considerou o líder da Aliança.

Foto
Santana confia em99% em Marcelo MIGUEL MANSO

O líder do partido Aliança, Pedro Santana Lopes, manifestou-se esta terça-feira convencido, como em “99% das vezes”, com as explicações do Presidente da República para o seu silêncio na polémica referente ao tempo de serviço dos professores.

“Diria que em 99% das vezes que o senhor Presidente da República fala, convence-me sempre. Ontem [segunda-feira] também me convenceu. Compreendo o silêncio do Presidente”, declarou Santana Lopes, falando na ilha de São Miguel, à margem de uma iniciativa integrada na campanha eleitoral para as eleições europeias de 26 de Maio.

Reconhecendo que Marcelo Rebelo de Sousa “habituou os portugueses a outra maneira” de intervir, Santana Lopes referiu que, nesta situação, à imagem das crises sobre os incêndios, o chefe de Estado “demonstrou que, quando a hora aperta, tem uma atitude naturalmente diferente em termos institucionais”.

O Presidente da República quebrou na segunda-feira o silêncio sobre a crise política, afirmando que se “deparou com a crise” da possível demissão do Governo ao chegar da China e que se manteve em silêncio para manter “mãos livres” caso tivesse de intervir.

“Os portugueses percebem perfeitamente que tudo o que eu dissesse naquele período acabava por limitar o meu espaço de liberdade”, defendeu Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas.

No dia 3 de Maio, numa declaração ao país, após a sua reunião semanal com o Presidente da República, o primeiro-ministro, António Costa, avisou que o Governo se iria demitir caso o parlamento aprovasse a contagem integral do tempo de serviço dos professores em votação final global.

As propostas para devolver os nove anos, quatro meses e dois dias do tempo de serviço congelado aos professores, que os sindicatos dos docentes reclamavam, acabou por ser chumbada na sexta-feira passada, na Assembleia da República, com os votos do PS, PSD e CDS-PP, os votos a favor do PCP, BE e PEV e a abstenção do PAN.

Sugerir correcção
Comentar