O dilema do prisioneiro e a tragédia dos comuns

O valor necessário para pagar a reposição do tempo dos professores, em cada ano, é mais ou menos igual ao que o Estado gasta, no mesmo período, nas universidades públicas.

O dilema do prisioneiro é um bem conhecido problema em teoria de jogos, onde o comportamento racional de cada agente num jogo conduz a uma situação em que todos acabam prejudicados. Neste hipotético cenário, dois bandidos foram presos, são acusados de um crime grave e mantidos sem comunicação. Se não confessarem o crime e se se mantiverem silenciosos ambos são punidos com uma pena relativamente leve, de apenas um ano, na falta de prova conclusiva. Se ambos confessarem o crime, cada um é condenado a quatro anos de prisão. Se apenas um confessar o crime, sai em liberdade mas o outro é condenado a dez anos (ver figura). É fácil de ver que, para cada um deles, o melhor será sempre confessar o crime. Independentemente do que o outro faça, a pena será sempre mais leve, passando de um ano para zero (se o outro negar) ou de dez anos para quatro (se o outro também confessar). Assim, a solução lógica e racional é não cooperar com o outro, confessando o crime. O mesmo é verdade para o outro prisioneiro, dado que a situação é simétrica. Portanto, ambos serão condenados a quatro anos de prisão, o que é paradoxal porque apenas cumpririam apenas um ano se tivessem ficado calados. A tabela da figura chama-se a “matriz de retorno”, e define as regras do jogo.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 4 comentários