Uma revolta abafada pela recruta

Em Outubro de 1969, o Estado Novo procurou arrumar a marcante contestação na Universidade de Coimbra com a incorporação compulsiva de 49 estudantes no Exército. Durante meio ano, o grupo deixou as convulsões da cidade, que tiveram início há 50 anos, a 17 de Abril, e seguiu para os exercícios militares, em Mafra.

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Adriano Miranda

No interior da composição, pouco menos de meia centena de estudantes. O destino imediato é o convento de Mafra. Rui Pato, hoje com 72 anos, era um deles. “Lembro-me de que foi um momento muito emotivo o da nossa partida. Entrámos no comboio e ficámos à janela.” Do lado de fora, no cais, a multidão que os tinha acompanhado à estação aguardava. Assim que o comboio começa a movimentar-se e parte da Estação Nova de Coimbra, há protestos contra o conflito que se arrastava em África. “Abaixo a guerra colonial!”, recorda teatralmente Celso Cruzeiro, que ia também na carruagem. Para o grupo que ficou em terra, estava reservada uma carga policial.

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