Medo das europeias

Imaginem-se as oportunidades de protesto que dariam umas eleições europeias forçadas pela União Europeia. Seriam boas demais para resistir.

Continuo fascinado por Theresa May e os conservadores. Nesta altura do “Brexit” o maior pânico é evitar ter de organizar eleições para o Parlamento Europeu.

Imaginem-se as oportunidades de protesto que dariam umas eleições europeias forçadas pela União Europeia. Seriam boas demais para resistir. Os eleitores poderiam não comparecer. Ou poderiam votar maciçamente no Brexit Party de Nigel Farage.

Uma coisa é certa (uma raridade na política britânica): os conservadores seriam impiedosamente castigados. Seriam castigados por uma variedade de razões diferentes. Depois da reunião de May com Corbyn isso incluiria dormir com o inimigo.

É provável que todos os partidos representados na Casa dos Comuns fossem castigados por serem intransigentes – ou por serem transigentes.

Eu aplaudo e admiro a maneira como os backbenchers tomaram conta do Parlamento e a maneira civilizada e democrática com que Theresa May aceitou essa reviravolta.

Mas os eleitores não querem saber dessas inovações. Vêem incompetência, indecisão e inconsistência moral e política. Vêem uma elite a desdenhar as pessoas que a elegeram. Não é só o resultado do referendo que foi rejeitado. É a maneira como tentaram disfarçar essa rejeição.

No Reino Unido as eleições europeias têm fama de inúteis. Isso faz com que possam ser aliciantes para protestar. E protestar será fazer o contrário do que querem os principais partidos, para deixá-los mal vistos e cobri-los de ridículo.

Escusado será dizer que o meu evil twin está a torcer para que existam.

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