Papa: é preciso “ir limpando” o Vaticano

Numa entrevista, Francisco afirmou que o Vaticano é um Estado que não está a salvo dos pecados e das vergonhas.

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epa/ALBERTO PIZZOLI

O Papa Francisco defende que “é preciso ir limpando” o Vaticano porque é um Estado que não está a salvo dos pecados e vergonhas de outras sociedades, segundo o excerto de uma entrevista publicado este domingo.

“Temos os mesmos limites e caímos às vezes nas mesmas coisas. [...] O trabalho a fazer é ir limpando, limpando, limpando”, refere o Papa numa entrevista ao jornalista Jordi Evole, da qual um excerto foi divulgado este domingo pelo jornal espanhol La Vanguardia.

Na entrevista, Francisco classifica ainda como “uma injustiça” os países fecharem a porta a todos aqueles que migram por causa das guerras, da fome ou a exploração e apela para a “atitude cristã” de receber, acompanhar, promover e integrar.

O Papa reprovou também a retenção em Barcelona do barco da ONG Proactiva Open Arms, conhecido pelas tarefas de auxílio a migrantes no Mediterrâneo, e pede aos católicos que rejeitam a imigração para lerem o Evangelho e serem coerentes com o mesmo.

Francisco considerou que “em geral” a causa das migrações decorrem de um sistema económico capitalista “concebido como selvagem” que provoca desigualdade e guerras: “Sustento que estamos já numa terceira guerra mundial, aos bocadinhos”. Uma ideia que tem repetido.

Francisco também condenou propostas como a de erigir um muro fronteiriço com o México, como pretende o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, considerando que “o que levanta um muro acaba prisioneiro do muro que levantou”. “Isto é uma lei universal”, precisou.

Em relação à cimeira sobre os abusos sexuais recentemente celebrada pela Igreja, considerou que permitiu “iniciar processos” para “curar” os afectados e que recomenda a vítimas de crimes desta índole por parte de religiosos a denunciarem os casos à polícia.

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