Marcelo elogia legado de Costa: “Isso é que é o seu seguro de vida”

Marcelo Rebelo de Sousa diz que “para o país a cooperação institucional era e é necessária".

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Marcelo terminou este sábado a visita oficial a Angola LUSA/João Relvas

O Presidente da República, que esta sábado cumpriu três anos de mandato, defendeu em Luanda que “o seguro de vida do Governo foi a sua base de apoio parlamentar e aquilo que fez ao serviço do país”.

Marcelo Rebelo de Sousa falava na conferência de imprensa final da sua visita de Estado a Angola, na Escola Portuguesa de Luanda, após ser questionado se sente que foi um pouco o “seguro de vida” do executivo minoritário do PS chefiado por António Costa, suportado por acordos com PCP, BE e PEV, numa solução inédita.

O chefe de Estado rejeitou essa leitura, contrapondo: “O seguro de vida Governo foi a sua base de apoio parlamentar e aquilo que fez ao serviço do país. Isso é que foi o seu seguro de vida”.

Em seguida, argumentou que “para o país a cooperação institucional era e é necessária” e que existe um desejo de “normalidade constitucional que permita os objectivos de crescimento económico, criação de emprego, justiça social e estabilidade também social”.

“O Presidente da República jamais pensou questionar a estabilidade da legislatura através de crises políticas ou através de incidentes de percurso, num período particularmente sensível para a economia, para as finanças e para o crescimento económico do país”, afirmou.

Antes, Marcelo Rebelo de Sousa discursou perante centenas de pessoas presentes neste encontro com a comunidade portuguesa, com quem tirou fotografias durante cerca de duas horas, e assinalou o facto de cumprir três anos de mandato nesta ocasião.

“É também motivo de satisfação adicional, e aí não é uma originalidade minha: o Presidente Cavaco Silva gostava de celebrar os anos de mandato junto das comunidades espalhadas no mundo — o seu a seu dono”, realçou, observando: “Como vêem, há realidades em que sou cavaquista. E eu diria mesmo, em todas realidades em que está em causa o país e a afirmação de Portugal”.

Depois, sustentou que aquilo que une os diferentes presidentes portugueses eleitos em democracia “é obviamente muito superior” ao que porventura os possa separar em termos “de estilo”.

Na conferência de imprensa final da sua visita, questionado se considera que aquilo que o distingue de Cavaco Silva como Presidente da República é apenas o estilo, Marcelo Rebelo de Sousa remeteu essa análise para os comentadores: “Eu deixei a tarefa de comentador no momento em que fui eleito”.

"O que terá sido melhor? Houve tanto que correu"

Interrogado sobre os pontos altos e baixos destes três anos de mandato, não respondeu de imediato: “O que terá sido melhor? Houve tanto que correu. Sei lá, eu talvez dissesse a saída do processo de défice excessivo, a saída da crise, a afirmação de Portugal nas instituições europeias, nos mercados internacionais, a presidência do Eurogrupo”.

Apontou ainda como outro “momento único” a eleição de António Guterres para o cargo de secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

“De muito positivo, eu diria: a noção de que os portugueses hoje olham para o futuro, apesar das tensões, apesar dos problemas, apesar das preocupações com o que se pode passar na Europa ou no mundo, com confiança e com apaziguamento e com estabilização, o que é positivo”, completou.

Quanto ao “pior” destes três anos, Marcelo Rebelo de Sousa não hesitou na resposta: “Acho que estamos todos de acordo que foram as tragédias do verão e do começo do outono de 2017”.

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