Marcelo assume-se “cavaquista” em “algumas realidades"

O Presidente da República está em visita oficial a Angola e aproveitou para relembrar o seu antecessor.

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LUSA/JOÃO RELVAS

A história entre Marcelo Rebelo de Sousa e Cavaco Silva não é feita propriamente de concordâncias. E nos últimos tempos tem até sido feita de picardias e discórdias em público. Mas hoje, o Presidente da República decidiu mencionar o seu antecessor numa espécie de breve elogio.

“Há realidades em que sou cavaquista”, disse, citado pela TSF. O chefe de Estado falava do facto de Cavaco Silva ter decidido passar os seus aniversários de mandato junto das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo. 

“Não é uma originalidade minha. O Presidente Cavaco Silva gostava de celebrar os anos de mandato junto das comunidades espalhadas no mundo. O seu a seu dono. Como vêem há realidades em que sou cavaquista”, disse.

Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou ainda que na verdade são várias as “realidades” em que concorda com o antigo Presidente, sobretudo quando “está em causa o país e a afirmação do país, nomeadamente no mundo”. Uma situação, disse, que partilha com os vários presidentes que lhe antecederam independentemente do estilo de cada uma que “por ventura possa separar-nos”.

A relação entre os dois teve o seu momento mais tenso entre Setembro e Outubro do ano passado com críticas públicas de lado a lado. 

Numa das suas últimas aparições em público, Cavaco Silva comentou o caso da não recondução de Joana Marques Vidal como procuradora-geral da República. Disse Cavaco que era um caso “estranhíssimo". Na resposta, Marcelo sugeriu que o antigo Presidente não tinha tido “sentido de Estado”.

“Perante isso eu tenho sempre o mesmo comportamento. Entendo, que, desde que tenho estas funções, não devo comentar nem ex-Presidentes, nem amanhã quando deixar de o ser, futuros Presidentes. Por uma questão de cortesia e de sentido de Estado”, disse.

Um mês depois, Marcelo Rebelo de Sousa voltaria a deixar criticas a Cavaco. No 20º aniversário da atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago, o Presidente diria que o veto à candidatura da obra do escritor português ao Prémio Literário Europeu foi “uma falta de senso e uma falta de gosto”.

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