Tribunal ordena prisão do cardeal condenado por abusos sexuais

George Pell, o australiano que foi tesoureiro do Vaticano, é a mais alta figura da hierarquia da Igreja Católica condenada por crimes sexuais contra menores.

Foto
George Pell Reuters/STRINGER

O cardeal australiano George Pell foi preso por ordem do tribunal de Melbourne, na Austrália, após uma sessão em que foram ouvidos os argumentos da defesa para pedir recurso. Pell, que foi conselheiro do Papa até Dezembro e tesoureiro do Vaticano, foi condenado pelo abuso sexual de dois rapazes de 13 anos, e marcou a leitura da sentença para o dia 13 de Março.

Os advogados de defesa do cardeal, que foi até Dezembro a terceira figura do Vaticano, chegaram a ponderar pedir ao tribunal para manter o seu cliente em liberdade enquanto aguardava pelo recurso, mas, segundo a agência AFP, abandonaram essas pretensões.

De acordo com a agência Associated Press (AP), o cardeal, agora com 77 anos, enfrenta uma pena de prisão máxima de 50 anos - dez anos por cada um dos crimes pelos quais é acusado.

O veredicto que foi dado pelo tribunal australiano em Dezembro só agora foi tornado público, devido a impedimento legais

O júri condenou o clérigo por abuso de menores. Foi considerando culpado de ter abusado de dois rapazes de 13 anos, que pertenciam ao coro da igreja, e que foram apanhados pelo cardeal a beber vinho sacramental numa sala nas traseiras da St. Patrick’s Cathedral, em Melbourne, quando era arcebispo.

O tribunal, que apenas ouviu uma das vítimas, uma vez que a outra morreu há alguns anos, considerou provado que o cardeal forçou os rapazes a "actos indecentes".

O julgamento, as acusações específicas, o testemunho e quase todos os outros detalhes envolvendo as acusações contra o cardeal de 77 anos não puderam ser divulgados por decisão do tribunal, que proibiu a imprensa australiana de noticiar.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários