Há escolas fechadas em todo o país por causa da greve geral

Professores aderiram ao protesto nacional, mas é a falta de funcionários que está a impedir abertura dos estabelecimentos de ensino. Maior adesão em Lisboa, Porto e Coimbra.

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Rui Gaudêncio/Arquivo

Há escolas fechadas, na manhã desta sexta-feira, um pouco por todo o país, na sequência da greve geral da função pública. Os directores têm sido forçados a não abrir os estabelecimentos de ensino sobretudo devido à falta de funcionários não docentes.

Mário Nogueira, da Fenprof, diz que este é “um dia praticamente sem aulas”, garantindo que são “mais de 90%” as escolas que estão encerradas em todo o país. Já o secretário-geral da Federação de Sindicatos da Administração Pública, José Abraão, disse à Lusa que são “centenas” as escolas encerradas devido à greve, entre as quais a escola Passos Manuel, em Lisboa, à porta da qual se manifestaram sindicalistas de estruturas afectas à UGT.

O líder da Federação Nacional de Educação, João Dias da Silva, acrescenta outras escolas à lista: Emídio Garcia, em Bragança, Fernando Lopes Graça, na Parede e a escola Eça de Queiroz, em Lisboa, e ainda escolas nos concelhos de Torres Vedras, Vila Pouca de Aguiar, Vila do Conde, Ericeira, bem como Pinhal Novo, concelho de Palmela, São Domingos de Rana (Cascais) e Bobadela (Loures).

O PÚBLICO confirmou junto de directores de escolas que há estabelecimentos de ensino encerrados pelo menos nos distritos de Bragança, Braga, Porto, Viseu, Coimbra, Lisboa e Faro.

"Começam a chegar sinais que haverá ao longo do dia de hoje centenas de escolas que vão estar fechadas porque os trabalhadores querem demonstrar ao Governo que tem obrigação de negociar", disse o líder da FNE, citado pela agência Lusa.

Os professores estão a aderir à Greve Geral, “mas não de forma massiva”, afirma o presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos de Escolas Públicas, Filinto Lima. Todas as escolas do agrupamento que este dirigente lidera, Dr. Costa Matos, em Vila Nova de Gaia, estão encerradas.

O fecho das escolas em dia de greve geral fica a dever-se às faltas dos funcionários. “Já são tão poucos que não há margem para abrirmos”, diz Lima. Este cenário, já sido antecipada ao PÚBLICO pelo próprio, na quinta-feira.

A escassez de funcionários em muitas escolas faz com que “faltando um ou dois” já não haja condições para que a escola funcione, segundo Filinto Lima. Manuel Pereira, que dirige a Associação Nacional dos Directores de Escolas, o outro agrupamento de dirigentes escolares, dá o exemplo das escolas que não têm cantinas concessionadas onde, “se não houver pessoal para que funcionem, a escola não pode abrir”.

Os sindicatos dos professores decidiram juntar-se à greve geral da função pública numa altura em que os protestos da classe estão a subir de tom face à paralisação das negociações com o Governo para a recuperação do tempo de serviço dos docentes. Esta semana, a Fenprof admitiu que possa haver alunos do 12.º ano sem aulas no 3.º período ou nova greve às avaliações finais, como aconteceu no ano passado.

A greve geral já tinha começado a ser sentida nas escolas na véspera. Cerca de uma dezena de estabelecimentos de ensino estiveram encerrados nesta quinta-feira devido ao dia de greve convocado pela Federação Sindical da Administração Pública (FESAP) e da Federação Nacional da Educação (FNE), antecipando o protesto desta sexta-feira.

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