Greve geral já começou a ser sentida nas escolas

Cerca de uma dezena de estabelecimentos de ensino encerraram esta quinta-feira, devido a faltas de professores e sobretudo de funcionários.

Cerca de uma dezena de estabelecimentos de ensino estiveram encerrados nesta quinta-feira devido ao dia de greve convocado pela Federação Sindical da Administração Pública (FESAP) e da Federação Nacional da Educação (FNE), antecipando a greve geral desta sexta-feira. Os directores das escolas estão à espera de uma adesão “monstruosa” face ao descontentamento no sector.

A greve convocada pela FESAP e a FNE, ambas filiadas na UGT, nesta quinta-feira destinava-se a permitir a participação dos trabalhadores numa concentração, que aconteceu ao final da manhã, em frente ao Ministério das Finanças – onde participaram cerca de 300 pessoas. Mas houve “muitas pessoas a fazer greve” sem terem participado na manifestação, afirma o líder da FNE, João Dias da Silva.

Esta quinta-feira houve já escolas encerradas – cerca uma dezena, pelas informações recolhidas pelo PÚBLICO junto da FNE e dos directores das escolas, sobretudo nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto –, devido à falta de professores e funcionários.

“Houve escolas em que houve concertação e hoje [quinta-feira] pararam os professores e amanhã [sexta-feira] fazem greve os funcionários não docentes”, explica Dias da Silva, que espera “uma grande adesão” à greve geral no sector da Educação.

A paralisação pode ter uma dimensão “monstruosa”, antecipa o presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima. “Vai ser uma greve expressiva. Há um grande descontentamento entre os professores”, lembra, mas também entre os funcionários.

Será particularmente por causa destes que muitas escolas vão encerrar esta sexta-feira. A escassez de funcionários em muitas escolas fará com que “faltando um ou dois” já não haja condições para que a escola funcione. Manuel Pereira, que dirige a Associação Nacional dos Directores de Escolas, dá o exemplo das escolas que não têm cantinas concessionadas onde, “se não houver pessoal para que funcionem, a escola não pode abrir”.

Os sindicatos dos professores decidiram juntar-se à greve geral da função pública numa altura em que os protestos da classe estão a subir de tom face à paralisação das negociações com o Governo para a recuperação do tempo de serviço dos docentes. Esta semana, a Fenprof admitiu que possa haver alunos do 12.º ano sem aulas no 3.º período ou nova greve às avaliações finais, como aconteceu no ano passado.

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