Guaidó defende "relação produtiva e de benefício mútuo" com China

Pequim é um dos maiores financiadores do regime venezuelano, recebendo pagamento em petróleo. Mas começa a expressar dúvidas sobre a capacidade de Caracas em reembolsar as dívidas. Juan Guaidó tenta explorar essas brechas.

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Juan Guaidó está a tentar falar com os países que apoiam o regime de Maduro Carlos Garcia Rawlins/REUTERS

Juan Guaidó, proclamado Presidente interino da Venezuela pela Assembleia Nacional, revelou a aposta numa “relação produtiva e de benefício mútuo" com a China, em entrevista ao diário de Hong Kong South China Morning Post, publicada neste sábado.

O líder da oposição a Nicolás Maduro considerou que “o apoio da China será muito importante para impulsionar a economia e o desenvolvimento futuro” da Venezuela, que, de acordo com o diário chinês, recebeu um empréstimo de Pequim de cerca de 50 milhões de dólares (43,6 milhões de euros).

O pagamento deste empréstimo concedido ao Governo de Nicolás Maduro preocupa Pequim, dadas as circunstâncias actuais da Venezuela.

“Todos os acordos que foram assumidos com a China em conformidade com a lei serão respeitados”, assegurou o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela. Notou no entanto que será assim com “os acordos prévios que foram firmados seguindo o curso correcto de aprovação da Assembleia Nacional”.

Guaidó lembrou que “a China assistiu ao saque dos recursos estatais pelo do Governo de Maduro”, acrescentando que “os projectos de desenvolvimento na Venezuela foram igualmente afectados e estão a falhar por causa da corrupção governamental”.

Ainda em relação à China, Guaidó afirmou que a potência asiática “desempenha um papel importante, pelas suas capacidades e flexibilidade como parceiro comercial”.

A 24 de Janeiro deste ano, a China manifestou apoio ao Presidente da Venezuela Nicolás Maduro, e censurou a “intromissão nos assuntos internos” do país sul-americano por parte dos Estados Unidos e da União Europeia.

Na quinta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês assegurou que Pequim “está a manter contactos estreitos com todas as partes” do conflito na Venezuela, “através de vários canais”.

A 23 de janeiro, Juan Guaidó declarou-se Presidente interino da Venezuela, perante uma multidão de opositores de Nicolás Maduro, prometendo um “governo de transição” e “eleições livres”.

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