Quinhentas pessoas em manifestação antifascista em Lisboa

A manifestação contra o fascismo teve lugar nesta sexta-feira, ao final da tarde, no Rossio. Uma iniciativa apoiada por 60 associações e colectivos.

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LUSA/ANTÓNIO COTRIM

Cerca de 500 pessoas concentraram-se nesta sexta-feira ao final da tarde no Rossio, em Lisboa, numa manifestação contra o fascismo, organizada pela Plataforma Antifascista de Lisboa (PAFL), com o apoio de seis dezenas de associações e colectivos, recordando vítimas do racismo e da repressão.

Apesar do mau tempo, com chuva e granizo, os participantes começaram a concentrar-se cerca das 18h30 e pouco depois das 19h00 estavam a subir a Rua do Carmo, em direcção ao Largo de Camões, onde a iniciativa vai terminar ao início da noite.

Para esta praça estavam previstos concertos, entretanto cancelados devido ao mau tempo, pelo que apenas vão ocorrer intervenções de participantes.

"Alerta, alerta, antifascistas", "fascistas, racistas, fora das nossas vidas", e "não esquecemos, não perdoamos" — numa referência a vítimas mortais de crimes de ódio e repressão — têm sido algumas das palavras de ordem da concentração, onde são vistas bandeiras negras.

Numa das faixas surgiu o rosto de Alcino Monteiro, cidadão português de origem cabo-verdiana espancado até à morte, em 1995, no Bairro Alto, em Lisboa.

"Fizemos hoje uma demonstração de força de que, efectivamente, o povo juvenil e as organizações da sociedade estão juntas neste combate, para dizer que realmente não há espaço para lembrar um passado que foi tão negro como o passado do salazarismo", declarou Luís Batista, um dos representantes da PAFL, em declarações aos jornalistas, no âmbito da manifestação em Lisboa contra o fascismo.

Na descrição da manifestação na rede social Facebook, os promotores lamentam que a extrema-direita esteja a "ganhar mais aceitação social e presença parlamentar" em alguns países, e referem que "o fascismo já está presente em cada despejo, em cada trabalho precário, em cada rusga policial em bairros populares, em cada migrante assassinado às portas do 'primeiro mundo', em cada mulher morta pela violência machista".

"Saímos à rua para gritar bem alto que não toleramos a normalização de discursos fascistas e grupos/partidos de extrema-direita", dizem.

A Plataforma Antifascista de Lisboa anunciou também que vão ser organizados mais protestos contra o passado do salazarismo em Portugal. 

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