Naufrágio no Djibouti mata 28 pessoas e deixa 130 desaparecidas

As duas embarcações que naufragaram estavam sobrelotadas, segundo confirmam testemunhas. É uma tragédia que se repete: todos os dias, e em média, seis migrantes perdem a vida no mar, revelam as Nações Unidas.

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Tragédia aconteceu ao largo do Djibouti, um pequeno país no Leste de África, que tem o Iémen como vizinho próximo ARIS MESSINIS

Pelo menos 130 pessoas estão desaparecidas após o naufrágio de duas embarcações na costa do Djibouti, no Leste de África. De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), o alarme foi dado quando dois sobreviventes foram resgatados. Desde o desastre foram recuperados 28 corpos, temendo-se que o balanço de vítimas possa subir devido ao elevado número de desaparecidos.

“Vinte e três corpos foram descobertos esta manhã e a Guarda Costeira continuará as operações de procura”, informou Lalini Veerassamy, a chefe de missão da OIM no Djibouti, citada pelo The Guardian, um dia após terem sido encontrados outros cinco corpos. De acordo com testemunhas oculares, as embarcações estavam severamente sobrelotadas, factor que poderá ter contribuído para o desastre, que se deu cerca de 30 minutos após as embarcações terem deixado terra.

De acordo com dados das Nações Unidas, uma média seis migrantes morreram, por dia, em alto mar. Foram 2275 vidas perdidas a atravessar o Mediterrâneo, apesar de o número de pessoas a chegar à Europa em 2018 ter diminuído em relação a 2017. Foram cerca de 120 mil refugiados que chegaram ao continente europeu, o ano passado. Há dois anos, o número cifrou-se nos 172 mil. Em 2015, pico da crise migratória, chegaram mais de um milhão de pessoas às costas europeias.

Os números do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) mostram ainda que a Espanha foi o país a receber mais migrantes, com cerca de 60 mil pessoas. Os números do ACNUR revelam que em 2018 chegaram por terra 6723 pessoas e por mar 113.482 – que entraram na Europa sobretudo pela costa de Itália, Grécia, Espanha e Chipre. Quase 12% das pessoas que chegaram vinham da Guiné, o grupo com maior expressão.

Na rota que liga a Líbia à Europa, por cada pessoa que perdeu a vida, 14 conseguiram sobreviver à perigosa travessia. Muitos milhares de migrantes foram posteriormente devolvidos à Líbia, onde foram recebidos de forma hostil chegando, inclusive, a ficar presos em centros de detenção.   

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