Emigrantes na Venezuela manifestam-se no Funchal contra Maduro

Protesto ocorre simultaneamente em várias cidades do mundo e pede a destituição do presidente venezuelano.

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Protesto pede destituição do presidente venezuelano Reuters/Stringer

Algumas centenas de pessoas, na maioria emigrantes e ex-emigrantes na Venezuela, estão concentradas esta quarta-feira no Largo do Município, no centro no Funchal, numa manifestação contra o governo do Presidente Nicolás Maduro, que decorre simultaneamente em diversas cidades do mundo.

"Nicolás Maduro foi eleito Presidente de forma ilegal e a partir daí bem sabemos o que tem acontecido na Venezuela, a crise, o sistema caótico em que vivem as pessoas, a falta de medicamentos", disse à agência Lusa Lídia Albornoz, membro do grupo responsável pela organização do protesto.

O Largo do Município encontra-se, esta quarta-feira à tarde, repleto, com bandeiras da Venezuela esvoaçando entre os manifestantes e palavras de ordem contra o governo de Maduro, país onde reside uma das maiores comunidades madeirenses.

"Queremos mostrar ao mundo o que está a acontecer na Venezuela, também a partir deste ponto pequenino que é a ilha da Madeira", afirmou Lídia Albornoz, ex-emigrante de 50 anos, que regressou à região há duas décadas.

A crise económica e social no país motivou já o regresso à região autónoma de mais de 6.000 emigrantes madeirenses desde 2016 e as previsões apontam para que o número continue a aumentar.

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País está mergulhado numa profunda crise económica STRINGER / REUTERS

"Desafiamos todos os venezuelanos espalhados pelo mundo, sobretudo na Europa, a organizarem sempre manifestações, para colocar a situação nas bocas do mundo", disse Lídia Albornoz, vincando que "tem de ser assim, não podemos deixar tudo como está, porque o povo venezuelano vai continuar a sofrer".

A manifestação do Funchal presta também apoio ao presidente da Assembleia Nacional e opositor do governo, Juan Guaidó.

"Juan Guaidó é um jovem e as pessoas estão a ver nele o futuro Presidente da Venezuela. Ele é o único que pode convocar eleições livres", afirmou Lídia Albornoz.

O protesto assinala também o golpe de Estado de 23 de Janeiro de 1958, que pôs fim a ditadura do general Marcos Perez Jiménez e marcou o início do processo democrático na Venezuela.

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