Venda da Universidade Europeia não deverá ter impacto para os alunos

Instituições do grupo Laureate, que também inclui IADE e IPAM, foram vendidas a fundo britânico.

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gmw guilherme marques

Os alunos da Universidade Europeia, Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM) e Instituto de Arte, Design e Empresa (IADE), as três instituições de ensino superior detidas em Portugal pelo grupo norte-americano Laureate, não deverão sentir os efeitos da venda da operação da empresa na Península Ibérica a um fundo britânico.

A garantia é dada ao PÚBLICO por fonte da instituição. Não estão previstas mexidas na oferta das três instituições de ensino superior em território nacional. Por outro lado, Pedro Barbas Homem, professor catedrático da Universidade de Lisboa, que em Março tinha sido nomeado reitor da Europeia, também vai manter-se no cargo.

O grupo Laureate assinou, no início deste mês, um acordo para a venda das instituições em Portugal e Espanha ao Permira, um fundo de private equity sediado no Reino Unido. Esta empresa tem pouca tradição no ensino, onde esteve apenas envolvida num negócio, o da compra da Renaissence Learning, em 2011, de onde saiu três anos depois, de acordo com o Jornal Económico. O mesmo jornal informa que o fundo chegou a estar na corrida pela seguradora Tranquilidade e tem participações na cadeia de pronto-a-vestir Cortefiel e na Telepizza.

A operação de venda das universidades da Laureate na Península Ibérica ao Permira custou 770 milhões de euros e deverá ficar totalmente concluída “até ao final do primeiro semestre deste ano”, enquanto decorre o processo de formalização e acreditação das seis instituições envolvidas – as três portuguesas e outras tantas em Espanha, incluindo a Universidad Europea de Madrid, a segunda maior instituição privada do país vizinho.

Durante este processo, as instituições “vão continuar a trabalhar como têm feito até este momento”, informa fonte do grupo ao PÚBLICO, numa resposta enviada por escrito.

Esta operação não tem que ser autorizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Apenas no caso de se tratar de uma transmissão de estabelecimento de ensino – como aconteceu em 2011 quando a Laureate comprou o ISLA Lisboa – é que a tutela teria que se pronunciar. Neste caso, tratando-se de uma alteração da estrutura societária, basta a comunicação da mesma, informa o ministério de Manuel Heitor. Nos termos do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior, a instituição tem 30 dias após a conclusão do processo de transferência do capital social para comunicá-lo à Direcção-Geral do Ensino Superior.

O grupo Laureate é uma das maiores redes internacionais de ensino superior presente em 25 países e com mais de um milhão de alunos. Os norte-americanos decidiram reduzir a sua presença na Europa e apostar no mercado da América do Sul.

Em Portugal, tem cerca de 7000 estudantes e quase 2000 professores. A Laureate entrou no país em 2011, quando comprou o Instituto Superior de Línguas e Administração (ISLA) Lisboa, posteriormente transformado em Universidade Europeia. Quatro anos depois, os norte-americanos compraram também o IPAM, que tem pólos no Porto e Aveiro, e o IADE, sediado em Lisboa – e que viria a fundir-se com a Universidade Europeia no ano seguinte.

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