Serviços mínimos na urgência da Maternidade Alfredo da Costa

Apenas foi escalado um anestesista para assegurar o serviço na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, neste Natal. As grávidas estão a ser desviadas para outros hospitais. As carências de pessoal levaram também o director clínico, Luís Nunes, a decidir não renovar o seu mandato, que termina a 31 de Dezembro de 2018.

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MIGUEL MANSO

A Maternidade Alfredo da Costa (MAC) não tem anestesistas para assegurar o serviço normal neste Natal. Neste dia 24 e no dia 25 está apenas um anestesista escalado, por isso as urgências externas estão a ser encaminhadas para outros hospitais na área de Lisboa.

João Proença, presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), contactado pelo PÚBLICO, aponta o dedo à política de contratação de recursos humanos do Ministério da Saúde. Em causa está a recusa, por parte dos serviços do Ministério da Saúde, de aceitar a proposta da direcção clínica para o mapa de vagas do Centro Hospitalar de Lisboa Central, que integra a MAC.

Clara Soares, directora do serviço de Urgência da MAC, diz que o "défice de anestesistas" é uma situação inédita. "Há escassez de recursos humanos, nomeadamente, muito sentidos ao nível da anestesia. Obviamente não é uma situação desejável, nunca tinha acontecido desta forma, mas o que é facto é que, felizmente, no Serviço Nacional de Saúde funcionamos em rede e as grávidas podem estar tranquilas que será assegurado o atendimento e o internamento noutros hospitais", afirmou Clara Soares à RTP.

Ocorreram sete partos na MAC entre a meia-noite e as 14h desta segunda-feira, disse à Lusa fonte oficial do Centro Hospitalar de Lisboa Central.

Ainda de acordo com Clara Soares, a situação não se repetirá na passagem de ano: "No final do ano temos as escalas completamente asseguradas".

"A urgência está aberta. As senhoras podem vir, serão observadas na maternidade, depois da análise da sua situação será decidido o que fazer. Se não for urgente, se não for iminente o parto, será encaminhado para outra unidade, no âmbito da rede do Serviço Nacional de Saúde", disse à Lusa fonte oficial do Centro Hospital de Lisboa Central.

No mesmo sentido, as 17 mulheres que se encontram internadas na MAC, caso entrem em trabalho de parto, serão assistidas.

João Proença faz um apelo à ministra da Saúde, uma vez que esta situação é vista como "insustentável" e "escandalosa" pelo responsável da FNAM, que garante que se nada for feito "a falta de clínicos pode alastrar a outras unidades". 

As carências de pessoal levaram também o director clínico do Centro Hospital Lisboa Central, Luís Nunes, a decidir não renovar o seu mandato, que termina no dia 31 de Dezembro 2018.

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