Jerónimo: "Isto é uma password, é só tua, és tu que tens de usar"

O secretário-geral do PCP entende que casos como o de José Silvano acabam por salpicar todos e o próprio prestígio do Parlamento.

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Jerónimo de Sousa garantiu que “nunca” recorreu “a qualquer registo irregular ou ilegal” LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O líder comunista garantiu nesta sexta-feira que jamais recorreu a qualquer registo de presença falso no Parlamento, nem qualquer um dos elementos da bancada do PCP, defendendo medidas para evitar situações como a do secretário-geral do PSD, José Silvano.

"Eu, por exemplo, que sou um leigo em matéria informática, há uma coisa que compreendi imediatamente no início da sessão legislativa: isto é uma password (palavra-passe), é só tua, és tu que a tens de usar e registar-te. Tem sido assim", afirmou Jerónimo de Sousa, após visita à Câmara Municipal do Seixal e contacto com trabalhadores para assinalar a reposição do pagamento na íntegra do 13.º mês (subsídio de Natal), em vez dos duodécimos ao longo do ano.

O secretário-geral do PCP respondia a questões dos jornalistas sobre o caso do deputado e secretário-geral do PSD, José Silvano, que foi registado em sessão plenária estando ausente. A sua colega social-democrata Emília Cerqueira, a qual pretendia consultar documentos no computador do secretário-geral do PSD, utilizou a palavra passe de Silvano e acabou por o registar como estando presente. Jerónimo de Sousa foi também questionado sobre outras notícias de práticas semelhantes em São Bento.

"Falando por mim, quero garantir que sempre, mas sempre – e sou deputado há décadas –, nunca recorri a qualquer registo irregular ou ilegal. Também posso transmitir, com confiança e sustentação, que o nosso grupo parlamentar nunca fez nem fará isso", atestou.

Para o líder comunista, "o Parlamento deve tomar medidas para evitar situações dessas que, no fundo, acabam por salpicar todos e o próprio prestígio do Parlamento", designadamente formas de controlo em termos informáticos" para impossibilitar esse "esquema" a bem do "prestígio institucional da Assembleia da República".

"Naturalmente, em termos de [funções de] secretário-geral, procuro acertar a agenda, mas nunca por nunca usei [tal esquema]", garantiu.

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