O que pode um Doutor Finanças fazer pela tua “saúde financeira”?

Começou por "dar consultas" apenas online, mas o Doutor Finanças tem agora um espaço físico em Lisboa — e já está a pensar em abrir outro no Porto. O objectivo é ajudar os portugueses na saúde financeira.

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Rui Bairrada é o "Doutor Finanças", fundador da empresa que trata das “dores da carteira” dos portugueses. DR

“Boa Tarde, daqui o Doutor Finanças”, ouve-se do outro lado da linha de contacto da "primeira clínica de finanças pessoais do país". O Doutor Finanças — a personagem que se confunde com o próprio criador, Rui Bairrada — abriu, recentemente, um espaço físico para atendimento ao cliente em Lisboa. E não se quer ficar pela capital.  

Em 2007, Rui decidiu abandonar a profissão de bancário para criar uma “coisa diferente” e ajudar os portugueses a poupar. Fundou uma empresa de aconselhamento financeiro, mas ainda não lhe parecia suficiente. Era necessário “tirar a gravata e a formalidade” dos bancos e das empresas financeiras. Sete anos depois, teve a ideia de associar o que acredita serem os dois pilares da vida: a saúde e as finanças. Nasceu, assim, a Doutor Finanças, a empresa que trata das “dores da carteira” dos portugueses. E tudo de forma gratuita – mas já lá vamos.

“Substituímos as gravatas pelas batas brancas e decidimos simplificar toda a linguagem”, revela Rui Bairrada, explicando que a empresa começou a funcionar, exclusivamente online, em 2014. Agora, chegou a altura de se estabelecer fisicamente em Lisboa, na Rua Pascoal de Melo. 

As consultas organizam-se em quatro fases, com recurso a terminologia médica. Primeiro, é feito um check up, para perceber o estado da situação financeira. Depois, através do diagnóstico, são apresentadas as alternativas de poupança. De seguida, é prescrita a receita, que equivale à definição do plano de acção. Por último, vem o tratamento, assumido na totalidade pela Doutor Finanças. “Não nos limitamos a aconselhar, entramos em negociações com os bancos, seguradoras e outras entidades, para encontrar a melhor solução para o cliente”, resume Rui, garantindo que assumem a responsabilidade da “parte chata da burocracia”.

Mas se a prestação de serviços da Doutor Finanças é gratuita, como é que a empresa assegura a própria saúde financeira? Rui desvenda a receita: “O nosso negócio é com os bancos e com as seguradoras, que nos pagam para conduzir os clientes”. Ou seja, a Doutor Finanças recebe uma comissão de cada vez que reencaminha um cliente para determinada entidade. Com cerca de 3000 clientes por mês, a empresa torna-se atractiva por ser uma “grande fonte de angariação de clientes”. “Usamos o nosso poder negocial para arranjar a melhor solução para o cliente”, diz Rui, que faz questão de frisar a inexistência de risco ao encaminharem um cliente para determinado banco só por este atribuir comissões mais vantajosas à Doutor Finanças. Trabalhar com todas as entidades garante uma disputa para ver quem oferece melhores condições. “Não vestimos nenhuma camisola, as pessoas já confiam mais em nós do que nos bancos”, diz.

Apesar de Rui dar a cara pela empresa, existem mais 80 “doutores”. Divididos por segmentos — créditos, créditos à habitação, seguros, marketing e equipa burocrática —, todos têm como missão ajudar os portugueses, “que são péssimos com o dinheiro”. “Basta ver quantos portugueses fazem um orçamento familiar”, justifica.

É para suprimir esta falta que a Doutor Finanças engendrou uma estratégia para diminuir a iliteracia financeira. Além de já ter percorrido o país com workshops, o site é regularmente actualizado com artigos de poupança e fornece dois minicursos gratuitos. Para breve estará ainda o lançamento de um livro destinado a crianças, a ser lançado em várias escolas do país, e a abertura de uma clínica no Porto. “Talvez até final do ano”, revela.

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