Advogados de Kathryn Mayorga recorrem ao Ministério Público e à Polícia Municipal de Lisboa

Defesa da ex-modelo que acusa Cristiano Ronaldo de a ter violado quer saber se o jogador também infringiu leis locais de vários países.

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Ronaldo tem negado as acusações Reuters/Alberto Lingria

O advogado da ex-modelo norte-americana Kathryn Mayorga, que acusa Ronaldo de a ter violado em 2009, revelou nesta quinta-feira que enviou a 18 entidades judiciais de vários países os documentos respeitantes ao processo para apurar se o jogador português violou as leis locais. Entre as entidades a quem estes documentos foram enviados, no início desta semana, figuram o Ministério Público português, na pessoa de Joana Marques Vidal, a Ordem dos Advogados e a Polícia Municipal de Lisboa.

Num email enviado a vários órgãos de comunicação, o advogado Leslie Stovall indica que enviou cópias das cartas inicialmente entregues à polícia de Las Vegas, bem como documentos sobre o caso retirados do Football Leaks e a reprodução da acção civil intitulada Mayorga v. Ronaldo A-18-781869-C, na qual o futebolista é acusado da prática de 11 crimes no caso da alegada violação.

Segundo Stovall, com este envio foi solicitado a todos os remetentes que, com base na informação contida nos documentos do Football Leaks, apurassem se Ronaldo ou alguém ligado a ele violou a lei em vigor nas suas jurisdições.

Numa outra mensagem datada desta quinta-feira, desta vez também assinada pela advogada Larissa Drohobycser, os defensores de Kathryn Mayorga apontam que “qualquer documento ou informação na posse de Cristiano Ronaldo deve ser imediatamente enviada para as entidades judiciais e para os escritórios da Stovall & Associates de modo a acelerar a investigação e a resolução das alegadas discrepâncias nos documentos do Football Leaks”.

Esta posição surge na sequência de uma nota divulgada nesta quarta-feira pelo advogado norte-americano de Ronaldo, Peter S. Christiansen, onde se afirma que os documentos “que supostamente contêm declarações do Sr. Ronaldo e foram reproduzidos nos media são puras invenções”.

O advogado referia-se aos documentos divulgados pela revista Der Spiegel —  o acordo de confidencialidade e as respostas do jogador aos inquéritos a que foi sujeito no âmbito da respectiva mediação extrajudicial — e que diz terem sido roubados a sociedades de advogados por um hacker que os vendeu a meios de comunicação com algumas partes adulteradas “ou completamente fabricadas”.

Para os advogados de Mayorga, as dúvidas sobre a veracidade dos documentos devem ser esclarecidas pelo tribunal, mas os causídicos aproveitaram para agradecer a Christiansen o facto de ter “confirmado e admitido que Ronaldo obteve aqueles documentos”.  

Por enquanto, Cristiano Ronaldo é visado apenas numa acção cível que pede a anulação do acordo de confidencialidade que pressupôs o pagamento de cerca de 323 mil euros a Kathryn e o acusa de vários crimes.Mas se for julgado e declarado culpado do crime de violação no âmbito de um processo penal, Cristiano Ronaldo arrisca uma pena de prisão perpétua. 

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