Há animais com fome dois meses depois do fogo em Monchique

A denúncia é d'Os Verdes. Segundo os habitantes, "nada foi feito para proteger estes animais", diz o partido, que quer respostas do Governo.

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Rui Gaudêncio

O partido ecologista Os Verdes denunciou este sábado a existência de "muitos animais com sede e fome", após o incêndio nos concelhos de Monchique e de Silves, e quer saber o que o Governo fez para minimizar a situação.

Os Verdes entregaram, por isso, na Assembleia da República uma pergunta dirigida ao Ministério do Ambiente, na qual questiona "que medidas foram tomadas ou pondera o Governo desenvolver no sentido de minimizar os efeitos deste grave incêndio".

"Têm chegado, ao grupo parlamentar do Partido Ecologista Os Verdes, vários relatos, segundo os quais, após o grave incêndio que este Verão afectou os concelhos de Monchique e Silves, muitos animais, como raposas, veados e outros, incluindo um lince, têm vindo a surgir junto de propriedades na serra de Monchique com sintomas de sede e fome", salientou o partido ecologista.

Os Verdes destacam que, "face à área ardida na sequência desse incêndio, este cenário era espectável e mais que previsível, mas segundo os habitantes nada foi feito para proteger estes animais após a destruição do seu ecossistema natural".

O partido quer saber se o Governo tem conhecimento desta situação, se foi elaborado algum plano através do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) ou outro qualquer organismo para a manutenção e reposição dos ecossistemas na serra de Monchique e que medidas está o Executivo a pensar adoptar para resolver este problema.

O incêndio rural, combatido por mais de 1000 operacionais, deflagrou em Monchique (no distrito de Faro) no dia 3 de Agosto e foi dominado no dia 10, depois de afectar também o concelho vizinho de Silves e, com menor impacto, Portimão (no mesmo distrito) e Odemira (Beja).

Quarenta e uma pessoas ficaram feridas, uma das quais em estado grave.

De acordo com o Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais, as chamas consumiram 27.635 hectares.

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