Autoridades luso-galaicas assinam reconhecimento de fronteira no rio Minho

Na cerimónia participam os representantes dos municípios portugueses de Caminha, Melgaço, Monção, Valença, Vila Nova de Cerveira, e dos concelhos galegos A Guarda, Arbo, As Neves, Crecente, O Rosal, Salvaterra do Miño, Tomiño e Tui. "É um documento muito importante porque qualquer intervenção que o leito e a margem do rio tenham pode ter influência no território".

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Melgaço é um dos municípios envolvidos na cerimónia Hugo Santos

Os cinco presidentes de câmara dos concelhos banhados pelo Minho e os oito congéneres da Galiza vão encontrar-se, na terça-feira, a meio do curso internacional de água para assinarem o auto de reconhecimento de fronteira daquele rio.

"É um documento muito importante porque qualquer intervenção que o leito e a margem do rio tenham pode ter influência no território. Se for construir uma obra na margem do rio que vá ter influência num assoreamento, posso estar a aumentar ou reduzir território", afirmou hoje à Lusa o capitão do porto e comandante da capitania de Caminha, Pedro Costa.

Pedro Costa destacou também a importância da "mensagem" que o poder local transmite, com aquela cerimónia, às populações de ambos os lados do rio Minho (340 quilómetros). "É uma mensagem de união, uma mensagem comum entre todos e, nesse sentido, para as pessoas da região, para uma região do país, entre Portugal e Espanha, extremamente populosa e com uma grande dinâmica. É muito importante que todos falem a mesma linguagem", reforçou.

Na cerimónia participam os representantes dos municípios portugueses de Caminha, Melgaço, Monção, Valença, Vila Nova de Cerveira, e dos concelhos galegos A Guarda, Arbo, As Neves, Crecente, O Rosal, Salvaterra do Miño, Tomiño e Tui.

A iniciativa, promovida pela capitania de Caminha e pela comandância naval do Minho, em Tui, serve ainda para que as autoridades dos dois países debatam temas relacionados com a cooperação e a gestão conjunta daquele curso internacional de água, "consolidando a proximidade existente entre as duas entidades marítimas".

O capitão do porto e comandante da capitania de Caminha explicou que, nos últimos três anos, por sugestão das capitanias de Caminha e Tui aquela cerimónia passou a realizar-se "num evento conjunto, em vez de ser feita, pontualmente, entre os municípios vizinhos". "Juntamos os municípios no mesmo momento e é no mesmo momento que todos atestam e assinam os autos de reconhecimento de fronteira", referiu.

Segundo Pedro Costa, a realização de uma cerimónia conjunta tem a "vantagem de consolidar os laços entre todos e as relações entre o poder local do troço internacional do rio Minho".

Do lado português, a cerimónia começa pelas 10:30, com a partida da lancha portuguesa, levando a bordo os autarcas portugueses. A lancha espanhola parte uns minutos antes de Tui, transportando os autarcas da Galiza. As duas embarcações encontram-se a meio do rio para formalizar a assinatura do documento.

Segundo Pedro Costa, o auto de reconhecimento de fronteiras "tem a sua génese no tratado do Tratado de Limites entre Portugal e Espanha, de 29 de Setembro de 1864".

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