“Saiu aquela nuvem da deslocalização”, dizem trabalhadores do Infarmed

Ministro da Saúde anunciou esta sexta-feira que Governo não vai avançar com a deslocalização do Infarmed e remeteu a decisão para uma comissão na Assembleia da República.

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Daniel Rocha

“É um dia em que as pessoas do Infarmed podem ir trabalhar mais descansadas porque saiu aquela nuvem do dia 1 de Janeiro de 2019 e da sua deslocalização.” São palavras do presidente da comissão de trabalhadores do Infarmed, em reacção ao anúncio da suspensão da mudança da instituição para o Porto.

O ministro da saúde revelou esta sexta-feira no Parlamento que propôs ao primeiro-ministro não tomar agora uma decisão sobre a deslocalização do Infarmed para o Porto, por considerar que não estavam reunidas todas as condições. Adalberto Campos Fernandes referia-se a duas “linhas vermelhas”: o facto dos trabalhadores nunca se terem mostrado disponíveis e a eventuais limitações no funcionamento da autoridade do medicamento.

Ao mesmo tempo, Adalberto Campos Fernandes anunciou que a decisão sobre a deslocalização do Infarmed passou para a comissão na Assembleia da República que vai acompanhar as decisões ou recomendações de descentralização.

“A decisão que esperaríamos era de manter o Infarmed exactamente na mesma localização está e onde esteve nos últimos 25 anos. Mas é um primeiro passo. É o reconhecimento de que foram os trabalhadores do Infarmed quem fizeram da instituição o que é hoje em dia. Os trabalhadores sempre lutaram por dignificar a instituição e estavam contra esta mudança”, disse Rui Spínola ao PÚBLICO.

O presidente da comissão de trabalhadores reafirmou que “esta mudança não trazia mais-valia para o Infarmed, para a saúde pública nem para o país”. Satisfeito com a suspensão, lamentou que permaneça alguma incerteza na medida em que a decisão da deslocalização passou para a comissão na Assembleia da República.

“A comissão de trabalhadores está convicta que, por mais estudos que se façam, a única conclusão a que se pode chegar é a necessidade de reforçar a instituição e que a localização nunca foi nem é um problema”, afirmou Rui Spínola, acrescentando que aguardam uma reunião com o ministro da Saúde para dizer que estão disponíveis para trabalhar em soluções que melhorem o funcionamento da instituição.

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