Este ano mais hospitais já tiveram demissões em bloco

Directores e chefes de serviço dos centros hospitalares de Tondela-Viseu, Lisboa Central, que inclui o hospital S. José e a Maternidade Alfredo da Costa, e do hospital Amadora-Sintra também contestaram a falta de condições.

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Rui Gaudencio

A demissão em bloco de directores e chefes de serviço do hospital de Gaia não foram as primeiras deste ano e poderão não ser as últimas. Os centros hospitalares de Tondela-Viseu, Lisboa Central - que inclui o hospital S. José e a Maternidade Alfredo da Costa - e o hospital Amadora-Sintra também registaram movimentos semelhantes. Os motivos são comuns: falta de condições, de recursos humanos e equipamento. O bastonário dos Médicos admitiu nesta quarta-feira, em conferência de imprensa, que mais demissões podem acontecer nos próximos tempos.

Em Maio, mais de 30 directores e coordenadores de serviço do Centro Hospitalar Tondela-Viseu apresentaram uma carta de demissão, em que apontavam a degradação das condições de trabalho por causa da falta de investimento. Uma das situações mais graves estava relacionada com o serviço de oncologia, que por falta de profissionais não estava a conseguir dar resposta a novos doentes.

A 6 de Julho foram os chefes de equipa de medicina interna e cirurgia geral do Centro Hospitalar de Lisboa Central (que integra o hospital de S. José e outras cinco unidades) que avançaram com medida semelhante, depois de terem enviado duas cartas à administração no final de 2017 e no início deste ano criticando as más condições da urgência e a falta de profissionais.

No dia 11 do mesmo mês os chefes de equipa de ginecologia e obstetrícia da Maternidade Alfredo da Costa, que também pertencem ao Centro Hospitalar Lisboa Central, seguiram os passos dos colegas e fizeram chegar à administração o pedido de demissão. Em causa a exaustão por falta de profissionais. Nessa altura, a administração disse que a situação estava ultrapassada.

O caso mais recente, antes de Gaia, foi no Hospital Amadora-Sintra. Em Agosto os chefes de equipa do serviço de urgência de obstetrícia e ginecologia concretizaram o pedido de demissão que tinham apresentado uma semana antes. Em causa, mais uma vez, a falta de recursos humanos.

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