Voluntários vigiam, limpam e reflorestam a serra do Alvão

O período de voluntariado de cada jovem pode ser de dois, três ou seis meses.

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No Outono serão realizadas acções de plantação de árvores Marco Duarte

Um grupo de jovens está na serra do Alvão, em Vila Pouca de Aguiar, numa missão de voluntariado para fazer a vigilância de incêndios, eliminar plantas invasoras, limpar de linhas de água e acções de reflorestação.

O projecto Volunteer Escapes está a ser promovido pela Associação Plantar uma Árvore, tem como objectivo capacitar jovens através de trabalho prático voluntário de gestão da Rede Natura 2000 e está enquadrado no recém-criado Corpo Europeu de Solidariedade (European Solidarity Corps).

Durante dois anos, vão passar pela serra do Alvão, no distrito de Vila Real, um total de 32 jovens voluntários europeus, separados em grupos de oito elementos.

Marco Fernandes Lameirão, de 19 anos e natural de Vila Pouca de Aguiar, acabou o 12.º ano e, para já, não pretende seguir estudos, pelo que decidiu fazer este programa de voluntariado, que arrancou em Julho. Diz que tem sido uma "experiência diferente", com uma grande envolvência com a natureza numa zona que conhece, mas que está a aprender a conhecer melhor.

Neste momento, os voluntários estão na zona da aldeia de Pontido a fazer o controlo da acácia, uma espécie invasora que domina o território onde está e não deixa crescer outras plantas, como os carvalhos, uma espécie autóctone desta região.

"Estamos a descascar acácias. Desta forma, a planta deixa de receber nutrientes necessários para o crescimento e acaba por secar. É a forma mais eficaz de combater esta invasora", explica Marco Fernandes Lameirão.

O coordenador executivo do projecto no Alvão, Gil Matos, afirma que, enquanto estão na serra, os jovens fazem também a vigilância de incêndios, ou seja, perante qualquer ocorrência lançam o alerta. Marta Edreira Garcia, de 25 anos e natural da Corunha, em Espanha, estava a trabalhar em políticas e legislação ligadas ao meio ambiente e encarou este programa de voluntariado como uma oportunidade para "ajudar no terreno".

"Acho que é uma grande experiência a nível pessoal, já que conheço outras pessoas e outras culturas e, a nível profissional, adquirem-se valores e conhecimentos que também podem ser muito úteis. É muito interessante", frisa.

Jéssica Batista, de 25 anos e natural da aldeia de Tresminas, terminou o curso de engenharia agronómica e resolveu fazer voluntariado enquanto "não encontra mais nada". "É uma forma de ajudar e de me manter ocupada, de aprender. É um projecto interessante de contacto e de preservação da natureza", salienta. Até agora o que mais gostou de fazer foi limpar linhas de água, de onde os voluntários retiraram entulhos e desimpediram os cursos de água. Mas os jovens fazem também o reconhecimento, manutenção e limpeza de trilhos e percursos, por onde depois guiam visitantes.

No Outono serão realizadas acções de plantação de árvores e, segundo Gil Matos, os jovens irão ainda fazer a manutenção de áreas reflorestadas e a promoção de geração espontânea de plantas autóctones.

"Esta iniciativa tem o objectivo de captar jovens dos 18 aos 30 anos, de toda a Europa, para desenvolver actividades de recuperação ambiental de habitats, principalmente na Rede Natura 2000", explicou Gil Matos. Ao mesmo tempo, acrescentou, o projecto quer envolver a comunidade local e sensibilizá-la para as questões ambientais.

Nesse sentido, será realizada no domingo uma actividade com a população, onde os voluntários abordarão a questão das plantas invasoras e como são controladas. O período de voluntariado de cada jovem pode ser de dois, três ou seis meses.

Em Vila Pouca de Aguiar, o projecto conta com o apoio da câmara local. 

Através do Volunteer Escapes, a Associação Plantar uma Árvore tem também voluntários a desenvolver actividades em Sintra.

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