“Doutor Bumbum” acusado de homícidio de paciente

O médico brasileiro procedeu à cirurgia aplicando uma substância química em doses superiores às recomendadas e efectuou a intervenção no seu apartamento, sem condições de segurança para a paciente, que acabou por morrer.

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O médico tem uma lista de seguidores nas redes sociais onde promove as suas intervenções nos glúteos Youtube

O médico de cirurgia estética brasileiro Denis Cesar Barros Furtado, conhecido como "Doutor Bumbum" devido aos procedimentos nos glúteos, foi esta quinta-feira acusado de homicídio doloso qualificado (qualificação usada quando há intenção de matar) pela morte de uma paciente durante um procedimento estético, no seu apartamento. A mãe, a namorada e a secretária do médico também estão acusadas. A pena pode chegar aos 30 anos de prisão.

A paciente era a bancária Lilian Calixto, de 46 anos, que começou a apresentar sintomas de que algo estava errado logo após a cirurgia — feita no apartamento do suspeito, no Rio de Janeiro. Foi levada para o hospital pelo próprio médico, mas acabou por não resistir às complicações da cirurgia. Morreu na madrugada de 15 de Julho.

De acordo com a acusação do Ministério Público brasileiro, o médico aplicou uma quantidade acima do permitido da substância química polimetilmetacrilato “quando as recomendações apontam para o uso em pequenas doses e com restrições”.

O risco da cirurgia foi agravado pelo facto de a intervenção ter sido realizada num apartamento, “provisória e precariamente adaptado para o atendimento de pacientes”, lê-se na acusação citada pela imprensa brasileira.

O Ministério Público acusa ainda o médico de não ter especialização médica para realizar o procedimento.

Denis Cesar Barros Furtado, de 45 anos, estava em fuga, depois de ter sido indiciado pelos crimes de homicídio e associação criminosa. A namorada de Furtado, de 19 anos, já tinha sido detida. A mãe do médico também se apresentava como médica.

O médico tinha um “expressivo número de seguidores nas redes sociais”, onde publicava fotografias do antes e depois das intervenções e “atraía as mulheres sob a falsa promessa de beleza fácil e imediata”, acusa o Ministério Público.

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