Apoiantes do PNR manifestaram-se em frente ao prédio de Ricardo Robles

O protesto surge depois da polémica em torno do negócio imobiliário que levou à demissão do vereador da Câmara de Lisboa eleito pelo Bloco de Esquerda.

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A manifestação desta terça-feira em frente ao prédio adquirido pelo antigo vereador do BE ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA
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Cerca de 20 apoiantes do Partido Nacional Renovador (PNR) manifestaram-se esta terça-feira em frente ao prédio adquirido pelo antigo vereador bloquista da Câmara Municipal de Lisboa, Ricardo Robles, na Rua do Terreiro do Trigo, em Alfama. "Os políticos têm de estar para servir e não para se servir", afirmou à agência Lusa o presidente do Partido Nacional Renovador, José Pinto Coelho, elencando que o "PNR sempre se opôs a este tráfico de influência entre os poderosos dos cinco partidos do sistema".

"Ofereceram-nos aquilo que já sabíamos de bandeja, mas que ainda não tínhamos tido oportunidade de denunciar", referiu o dirigente do partido, acrescentando que, apesar de a manifestação ter sido intitulada "Vamos ocupar o prédio do Robles", os manifestantes não ocuparam "coisa nenhuma", utilizando apenas "a terminologia" que imputam ao Bloco.

Os manifestantes concentraram-se em frente ao edifício adquirido pelo ex-vereador bloquista — que detinha os pelouros da Educação e dos Direitos como resultado de um acordo firmado entre o PS e o Bloco depois das eleições autárquicas em Outubro de 2017 —, esvoaçando bandeiras do partido.

Duas colunas de som foram colocadas em frente ao prédio e passavam parte dos discursos da campanha autárquica de Robles e alguns comentários tecidos enquanto vereador. Os apoiantes do PNR também colocaram dois cartazes que diziam "Robles já teve a sua sina, falta agora a Catarina [Martins]".

A demissão de Ricardo Robles surge na sequência de uma notícia avançada na edição de sexta-feira do Jornal Económico segundo a qual, em 2014, o autarca adquiriu um prédio em Alfama por 347 mil euros, que foi reabilitado e posto à venda em 2017 avaliado em 5,7 milhões de euros. Ricardo Robles renunciou ao cargo de vereador do BE da Câmara de Lisboa na segunda-feira, afirmando ser "uma decisão pessoal" com o "objectivo de criar as melhores condições para o prosseguimento da luta do Bloco pelo direito à cidade".

Esta é, de acordo com Ricardo Robles, "uma opção privada, forçada por constrangimentos familiares" e "no respeito pelas regras legais", para ultrapassar aquilo que se tornou "um problema político real" e que criou um enorme constrangimento à "intervenção como vereador".

Manuel Grilo, número três na lista, vai substituir Ricardo Robles na autarquia, anunciou a Comissão Política do partido na segunda-feira à noite, acrescentando numa nota que "já exerceu a representação do BE na vereação no presente mandato, em substituição de Ricardo Robles". Com 59 anos, Manuel Grilo presta actualmente assessoria ao grupo parlamentar do BE na área da Educação, depois de ter deixado de leccionar em 2016. No sábado de manhã, a coordenadora bloquista, Catarina Martins, disse que Ricardo Robles "nada fez de errado", classificando as notícias de alegada especulação imobiliária de "mentiras".

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