Trump disponível para se reunir com o regime iraniano

Presidente dos EUA está disposto a reunir-se "sem pré-condições" com a liderança iraniana, uma semana depois de Washington e Teerão terem trocado ameaças de guerra.

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Reuters/CARLOS BARRIA

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está disposto a reunir-se com a liderança iraniana, dias depois de ter ameaçado Teerão através da rede social Twitter.

“Reúno-me com qualquer pessoa. Acredito em reuniões. Reúno-me com o Irão se eles quiserem”, disse esta segunda-feira aos jornalistas, à margem de um encontro na Casa Branca com o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte. “Sem pré-condições”, acrescentou.

“Não o faço por força ou fraqueza, apenas penso que é apropriado fazê-lo”, disse, acrescentando que acredita que Teerão irá mais cedo ou mais tarde mostrar-se disponível para negociar uma alternativa ao acordo nuclear que os EUA abandonaram, e que Trump considerou ser um “desperdício de papel”.

A declaração é feita apenas uma semana depois de Trump e o Presidente do Irão terem trocado ameaças de guerra. “Nunca mais ameacem os Estados Unidos”, tinha escrito Trump no Twitter, ameaçando Teerão com “consequências” que “poucos na história sofreram".

Os EUA, escrevia Trump na mesma mensagem, “já não são um país que tolerará palavras dementes de violência e morte”.

Trump reagia às declarações de Hassan Rouhani que, um dia antes, durante um encontro com diplomatas iranianos, disse a Trump para “não brincar com o fogo”, citado pela agência noticiosa iraniana IRNA. “A América deveria saber que a paz com o Irão é a mãe de toda a paz e que a guerra com o Irão é a mãe de todas as guerras”, acrescentou.

No mesmo dia, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, referiu-se aos dirigentes iranianos como uma “máfia” e prometeu apoiar a oposição iraniana. Na sua conta de Twitter, Pompeo escreveu, em inglês e em persa, uma mensagem dirigida aos iranianos: "Os Estados Unidos ouvem-vos. Os Estados Unidos apoiam-vos. Os Estados Unidos estão convosco."

Para além da ruptura com o acordo nuclear, Washington tem tentado cortar o acesso iraniano ao mercado internacional de petróleo, pedido às restantes nações que deixem de importar crude iraniano até Novembro. Os EUA admitem no entanto excepções para países especialmente dependentes do abastecimento iraniano.

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