Trump e Presidente do Irão trocam ameaças de "guerra"

Presidente norte-americano escreve mensagem violenta no Twitter, depois de o líder iraniano ter advertido Washington que pode as suas políticas podem conduzir à "mãe de todas as guerras".

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Este domingo, o Presidente do Irão, Hassan Rouhani (à direita), avisou Trump para "não brincar com o fogo" LUSA/PRESIDENTIAL OFFICE HANDOUT

Donald Trump avisou o Presidente iraniano, Hassan Rouhani, para “nunca mais ameaçar os Estados Unidos”. Caso contrário, Teerão “irá sofrer as consequências como poucos na história sofreram".

A ameaça foi feita através do Twitter, horas depois de o Presidente do Irão ter declarado que as políticas de Trump podem conduzir as duas nações “à mãe de todas as guerras”.

Em resposta, Trump diz que os Estados Unidos “já não são um país que tolerará palavras dementes de violência e morte”, e pede "cautela" ao líder iraniano.

Trump reagia às declarações que Rouhani que, no domingo, durante um encontro com diplomatas iranianos, disse a Trump para “não brincar com o fogo”, segundo a agência noticiosa iraniana IRNA.

“A América deveria saber que a paz com o Irão é a mãe de toda a paz e que a guerra com o Irão é a mãe de todas as guerras”, acrescentou.

Também no domingo, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompe, referiu-se aos dirigentes iranianos como uma “máfia” e prometeu apoiar a oposição iraniana. Na sua conta de Twitter, Pompeo escreveu, em inglês e em persa, uma mensagem dirigida aos iranianos: "Os Estados Unidos ouvem-vos. Os Estados Unidos apoiam-vos. Os Estados Unidos estão convosco."

Em Maio deste ano, os EUA abandonaram o acordo nuclear com o Irão e anunciaram sanções "mais pesadas" contra Teerão, com pesados impactos sobre a economia iraniana, já de si fragilizada por anos de isolamento internacional. As novas sanções vão entrar em vigor já em Agosto. O Irão, por seu lado, continua a garantir que o seu projecto nuclear tem fins meramente energéticos e "pacíficos".

Washington tem tentado cortar o acesso iraniano ao mercado internacional de petróleo, pedido às restantes nações que deixem de importar crude iraniano até Novembro. Os EUA admitem no entanto excepções para países especialmente dependentes do abastecimento iraniano.

A ameaça desta segunda-feira já teve resposta de Teerão, que condenou actos de "guerra psicológica". “Nunca iremos abandonar as nossas convicções revolucionárias. Iremos resistir à pressão dos nossos inimigos. A América não quer nada mais do que destruir o Irão, mas o Trump não consegue fazer nada contra o nosso país”, declarou um alto comandante da Guarda Revolucionária do Irão, Gholamhossein Gheybparvar, citado pela agência Reuters.

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