Alberto Santos diz que a sua candidatura ao PSD-Porto não foi feita numa lógica de lugares

Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, António Tavares, que esteve para avançar com uma candidatura, vai presidir à comissão e honra de Alberto Santos.

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PSD-Porto tem eleições marcadas para 30 de Junho Miguel Manso

O candidato à liderança da distrital do Porto do PSD, Alberto Santos, apresentou esta sexta-feira a sua candidatura, numa conferência de imprensa que serviu para enviar um conjunto de recados ao seu principal adversário, Alberto Machado, o presidente da concelhia portuenses com quem tentou um entendimento político (que não vingou) e que visava fundir as duas candidaturas.

Numa sala pouco composta, Alberto Santos disse não querer ter “uma comissão política que seja um conglomerado de pessoas que tenham como objectivo principal ser candidatos a deputados ou a outras coisas que, eventualmente, tenham em mente”. “Não quero uma comissão política que seja organizada numa lógica de uma sobreposição de algumas concelhias sobre as outras”, declarou. “Na liderança da distrital, não deve haver algo que possa fazer transparecer que isto é uma lógica de construção de um conjunto de concelhias que, por terem mais militantes, se vão sobrepor às demais", atirou Alberto Santos, num alfinetadela a Alberto Machado que conta com o apoio de algumas das maiores concelhias do distrito, como é o caso das de Gaia e Porto.

O candidato entende que a nova equipa a eleger a 30 de Junho deve ser escolhida e organizada num “espaço de liberdade”, como aquele em que diz mover-se e em que espera que se movam também os militantes.

Quanto ao papel da comissão política distrital, defende que deve ser “um órgão cuja missão principal é, sobretudo, intervir, pensar e agir naquela que é a estratégia para o próprio distrito como um todo, e não de uma concelhia ou outra em particular”. “A comissão política não é uma confederação de concelhias”, reiterou.

O também presidente da Assembleia Municipal de Penafiel foi o último a apresentar a sua candidatura à distrital cuja presidência é também disputada por Alberto Machado, que decidiu entrar na corrida depois de António Tavares, provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, ter abandonado a ideia de avançar, e Rui Nunes, que se assume como um candidato de ruptura, demarcando-se do aparelho do partido.

Assumindo-se como um candidato que não tem “amarras nem dogmas”, Santos disse prezar muito a liberdade e que é nesse espaço que se situa a sua candidatura. “[Candidato-me] em nome de um projecto colectivo, livre, inclusivo e mobilizador (…). Faço-o com o mesmo espírito de missão e sentido de responsabilidade com que sempre estive na vida pública: quer como presidente da Câmara de Penafiel durante 12 anos, como presidente da sua assembleia municipal, quer enquanto presidente do Conselho Executivo da Comunidade Intermunicipal, quer outras funções políticas e sociais e cívicas que tive e tenho a honra de desempenhar”, declarou.

A coesão territorial é uma das bandeiras do candidato, que apela ao debate interno que considera ser “absolutamente essencial para a construção das boas soluções”. “Sem prejuízo pelo respeito da autonomia de cada uma [das estruturas], é minha vontade promover uma relação de permanente diálogo e concertação estratégica entre a comissão política distrital e as diversas estruturas do partido, privilegiando a proximidade e a partilha de responsabilidades”, afirmou ainda o candidato que convidou António Tavares para presidente da comissão de honra da sua candidatura.

A candidatura de Alberto Santos assenta em quatro pilares; proximidade; transparência; princípios, valores e legado do partido; e uma voz e uma liderança. No âmbito da proximidade, defende a criação de um banco de ideias, mas também do provedor do militante, do gabinete de apoio ao autarca e do gabinete de comunicação.

O primeiro vice-presidente da candidatura é Paulo Ramalho, vereador na Câmara da Maia. Arlindo Cunha, antigo ministro de Cava Silva, é mandatário. Paulo Rios será o presidente do conselho de jurisdição distrital. Na conferência de imprensa, Arlindo Cunha defendeu a necessidade de se “recuperar a ruralidade do PSD”. Alberto Santos garante que a sua lista não será "um clube de candidatos a deputados".

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