Google, Microsoft e Intel revelam nova falha em processadores

Chama-se Variant 4 e pode tornar os computadores até 8% mais lentos.

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A Intel diz que a nova falha é de "gravidade média". Intel

O Google, a Microsoft e a Intel descobriram a existência de uma nova falha nos microprocessadores que pode facilitar ataques informáticos para aceder a informação privada num computador, como palavras-passe e documentos. 

As empresas chamam-lhe Variant 4 e dizem que funciona de forma muito semelhante às vulnerabilidades Spectre e Meltdown, que se tornaram públicas no início do ano. As empresas afectadas foram avisadas em Fevereiro e estão a trabalhar, desde então, para corrigir o problema. Num comunicado com recomendações de segurança, a Microsoft avisa que é possível aproveitar a linguagem de JavaScript em navegadores de Internet para iniciar um ataque de Variant 4. Para a Intel, a nova falha é de “gravidade média” porque parte do problema foi corrigido com actualizações anteriores.

“Como as outras variantes, a Variant 4 usa a função de execução especulativa, comum na maioria dos processadores modernos, para expor determinados tipos de dados num canal alternativo”, explica Leslie Culbertson, directora de segurança da Intel, em comunicado. A função permite adivinhar o que um utilizador vai fazer, ao adiantar os cálculos informáticos feitos por um processador. Foram os próprios fabricantes de chips que criaram estes problemas, acidentalmente, na década de 1990, para satisfazer clientes habituados a aparelhos cada vez mais rápidos.

A possibilidade de utilizar esta função para aceder indevidamente a dados foi descoberta em 2017, por um engenheiro do Google, e tornada pública em 2018, depois de várias tecnológicas passarem meses a tentar resolver os problemas. As falhas afectam os microprocessadores das grandes fabricantes de chips (Intel, Arm, Nvidia, AMD), e, consequentemente, todos os computadores, tablets, e smartphones que os usam.

Como substituir todos os chips utilizados não é exequível, várias empresas, como a Intel, a Apple e a Microsoft, têm trabalhado em actualizações para impedir as falhas de serem exploradas. Algumas, porém, tiverem de ser interrompidas depois de os computadores se tornarem mais lentos ou reiniciarem constantemente.

A Intel diz que a correcção para o Variant 4 não deve influenciar o desempenho dos processadores, mas admite que os computadores da empresa viram uma diminuição de 2% a 8% do seu desempenho depois das actualizações.

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