Alberto Machado reúne apoios para avançar para distrital do Porto do PSD

António Tavares ainda está na corrida. Provedor da Misericórdia do Porto tem hoje uma reunião decisiva.

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António Tavares faz reunião decisiva nesta sexta-feira paulo pimenta

Os apoiantes de Rui Rio consideram que o líder da concelhia do PSD-Porto deveria ser o rosto de uma candidatura à distrital social-democrata, mas reconhecem que “será difícil” a Alberto Machado, que é também presidente da junta de Paranhos, envolver-se agora noutra disputa interna, quando foi eleito há apenas seis meses.

“Alberto Machado era a solução ideal e fazia um bom papel, mas, para que isso acontecesse, o presidente do partido teria de dar um sinal, e nós sabemos que isso não vai acontecer”, afirmou ao PÚBLICO fonte social-democrata, sublinhando que o também deputado municipal “está focadíssimo na concelhia”.

Na corrida para a distrital há três candidatos, mas pode surgir um quarto e nesta quinta-feira o nome de António Tavares voltou a ser colocado em cima da mesa. O provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP), que no início da semana se colocou de fora da corrida, estará a ser pressionado para reconsiderar a sua decisão. No terreno desde Outubro, António Tavares já tinha garantido o apoio de algumas concelhias e preparava-se para assumir a candidatura. A decisão do presidente da distrital, Bragança Fernandes, esta segunda-feira, de pedir a convocação de eleições, apanhou de surpresa António Tavares.

Já Alberto Santos, o ex-presidente da Câmara de Penafiel que disputa o mesmo espaço eleitoral que o provedor, antecipou-se e anunciou a sua candidatura. Esta semana, os dois reuniram-se, mas a conversa não terá corrido bem e o provedor da SCMP achou que faria mais sentido sair de cena. O PÚBLICO sabe que Tavares, também porta-voz do Conselho Estratégico Nacional do PSD para a área da Solidariedade e Sociedade de Bem-Estar, tem agendada para esta sexta-feira uma reunião com apoiantes, para decidir se avança ou se se afasta definitivamente da corrida.

O provedor da SCMP e o ex-presidente da Câmara de Penafiel mostraram que têm pontos de vista distintos no que diz respeito às autárquicas no Porto. Alberto Santos afirma que o seu objectivo é retirar Rui Moreira da Câmara do Porto, já Tavares considera que atacar o autarca independente é um erro e diz que “o PSD tem de dialogar com Rui Moreira”. E não esconde que gostaria que o actual presidente da Câmara do Porto fosse o “candidato do PSD” às próximas eleições locais.

Rui Nunes, o primeiro a anunciar a candidatura à distrital, censura as declarações dos adversários e insiste: “Não há nenhuma alterativa em relação à visão que tenho para o distrito do Porto, nomeadamente no que diz respeito ao futuro do PSD-Porto”. O médico e professor universitário detêm-se nas candidaturas de Alberto Santos (que preside ao Conselho de Jurisdição Distrital) e de Miguel Santos (vice-presidente da distrital) para dizer que “mal estarria o PSD-Porto, se fosse repousar em protagonistas que foram responsáveis pela hecatombe autárquica de 2017”. E precisa: “Estou a falar dos dois putativos candidatos que fazem parte da estrutura distrital existente. Não é credível que alguém que foi co-responsável directo por estes resultados tenha a capacidade de renovar o PSD a ponto de ele ser vitorioso. Ninguém acredita genuinamente nisso e eles não se podem alhear de responsabilidades”, atira Rui Nunes.

As eleições devem realizar-se em finais de Junho ou no início de Julho.

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