O Imaginarius atingiu a maioridade e está prestes a mostrar o quanto cresceu

Festival de artes de rua de Santa Maria da Feira acontece nos dias 24, 25 e 26 de Maio. Estão prometidos 40 espectáculos, apresentados por 37 companhias.

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No ano em que cumpre a sua 18.ª edição, o Imaginarius está apostado em (re)afirmar-se como o palco privilegiado para a apresentação das artes de rua em Portugal e evento gerador de condições para o desenvolvimento de novas abordagens criativas. É já nos próximos dias 24, 25 e 26 de Maio que a arte irá tomar conta do centro histórico de Santa Maria da Feira, num festival que mobilizará mais de 300 artistas, oriundos de 17 países, num total de 37 companhias. Entre os 40 diferentes espectáculos programados, 11 serão uma estreia absoluta e 24 estreias nacionais. Ingredientes mais que suficientes para assinalar a entrada do Imaginarius na maioridade.

Odisseias, viagens, questionamentos e inquietações humanas serão temas centrais da programação deste ano, que reserva lugar de destaque para a estreia absoluta de “Odysee”, da companhia holandesa Theater Gajes. Partindo do clássico de Homero (“Odisseia”), Theater Gajes apresentará um espectáculo que irá recorrer a “imponentes estruturas cénicas, interacção com a audiência, uma original banda sonora ao vivo, efeitos especiais, intensidade”. Uma co-produção Imaginarius, à semelhança do que acontece com “InSomnio”, do Teatro do Mar. Um espectáculo que aposta numa estrutura cénica de grande formato e multimédia para levar o público a “olhar para dentro”.

Outro dos destaques será protagonizado companhia suíça Ici’bas, que venceu o concurso de novos talentos “Mais Imaginarius 2017”. Neste regresso a Santa Maria da Feira apresenta a epopeia solitária “Lonely are the lonely roads”, um espectáculo que questiona atitudes sociais contemporâneas num registo vanguardista de dança e circo. E, em “contraste absoluto com um contexto de festival e celebração colectiva”, o colectivo francês Les Commandos Percu traz à edição deste ano “Silence!”, um espectáculo de pirotecnia e percussão que pretende ser “um desafio” à mente de cada um, “um jogo de opostos” que promete um “resultado imponente, visual e imperdível”, é destacado pela organização do festival.

Mas há muito mais para ver no Imaginarius. O programa de actividades é extenso – são mais de 170 horas de conteúdos de programação - e envolve também propostas específicas para o público infantil e juvenil, actividades exclusivas para profissionais do sector, iniciativas de apoio à criação local e um concurso internacional para divulgação de novos talentos das artes de rua.

Este ano, o festival será, ainda, precedido por ensaios abertos de companhias portuguesas e estrangeiras em sete freguesias do concelho, o que para Bruno Costa, director do evento, o confirma como “um ‘work in progress’ permanente, na busca activa do contraditório, do novo, do (in)correto e do experimental”.

Investimento de cerca de 300 mil euros

O Imaginarius - Festival Internacional de Artes de Rua de Santa Maria da Feira envolve um investimento municipal na ordem dos 300 mil euros, ao qual  é acrescentado o montante necessário para a gestão do Imaginarius Centro de Criação – equipamento que resultou da transformação do antigo matadouro municipal e que acolhe, em residência artística, algumas das criações que são apresentadas no festival.

Um esforço financeiro – e não só – que já levou o presidente da câmara municipal, Emídio Sousa, a disponibilizar-se para aplicar a experiência local na capacitação do segmento a nível nacional. “Nós investimos mais sozinhos nas artes de rua do que o Governo faz em todo o país”, declarou o autarca na apresentação do programa do Imaginarius 2018, acrescentando: “Estamos disponíveis para fazer o mesmo a nível nacional e, se tivéssemos o apoio do Estado, podíamos agora investir em processos de capacitação e internacionalização das artes de rua por todo o país”.

Uma proposta que mereceu eco por parte do seu vereador da Cultura, Gil Ferreira. “Se o Estado entender descentralizar a gestão das artes de rua e nos der os recursos necessários para isso, podíamos assegurar nós esse trabalho nacional de capacitação e internacionalização do sector, aplicando a nossa experiência a todo o país”, frisou, por seu turno, o vereador.

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