Partido Democrata processa Rússia, campanha de Trump e Wikileaks

Campanha do actual Presidente "foi um empreendimento criminoso", acusa queixa, que argumentação inspirada no Watergate.

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Trump em campanha no Arizona em 2016 Nancy Wiechec/REUTERS

A direcção do Partido Democrata apresentou queixa num tribunal de Nova Iorque contra o Governo russo, a campanha eleitoral de Donald Trump e a Wikileaks, acusando-os de terem participado numa conspiração alargada para influenciar as eleições de 2016 a favor do actual Presidente dos Estados Unidos.

A estrutura montada por Trump “recebeu de braços abertos a ajuda da Rússia”, diz a queixa democrata, que acusa a campanha do actual Presidente dos Estados Unidos de ter sido “um empreendimento criminoso”.

“Nas eleições presidenciais de 2016, a Rússia lançou um ataque aberto contra a nossa democracia, e encontrou um parceiro activo e cooperante na campanha de Donald Trump”, diz Tom Perez, secretário do Comité Nacional Democrata. “Foi um acto de deslealdade sem precedentes: a campanha de um candidato a Presidente dos EUA aliou-se uma potência estrangeira hostil para aumentar as suas possibilidades de ganhar as eleições.”

O conselheiro especial Robert Mueller está ainda a investigar se Donald Trump e a sua equipa de campanha e transição presidencial teve alguma coordenação com interesses russos. O Presidente Trump, por seu lado, tem sempre negado qualquer ligação indevida.

Processar um país é uma estratégia com reduzidas hipóteses de sucesso, sublinha o Washington Post. Nações estrangeiras têm imunidade legal à maioria dos processos legais. No entanto, o Comité Nacional Democrata, que foi alvo de intrusões informáticas nos seus servidores, defende que Moscovo não tem direito a essa protecção porque foi alvo de uma intrusão na sua propriedade privada.

Este argumento baseia-se no que foi usado pelo Partido Democrata em 1972, durante o escândalo do Watergate, quando processou o comité de reeleição do ex-Presidente Richard Nixon, pedindo uma indeminização de um milhão de dólares, pelo assalto à sede do partido no edifício Watergate.

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