À escuta pela floresta

Uma ONG norte-americana aliou-se à Google para reutilizar telemóveis obsoletos no combate à desflorestação.

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Nelson Garrido

É impossível patrulhar em permanência a imensidão da floresta amazónica e protegê-la contra as actividades madeireiras ilegais e a caça a espécies protegidas. Outro problema sem relação aparente: o que fazer com milhares de telemóveis que se tornam obsoletos e indesejados a cada lançamento de um smartphone mais avançado?

A organização não-governamental norte-americana Rainforest Connection tem em marcha um projecto que oferece uma solução para os dois problemas: transformar telemóveis antigos em postos de escuta alimentados a energia solar que são colocados na floresta para ouvir actividades ilegais. 

A iniciativa corre desde 2014 mas ganha agora um novo impulso através de uma parceria com a Google, que vai disponibilizar à ONG a sua ferramenta de aprendizagem automatizada. O TensorFlow vai analisar os sons registados por milhares de telemóveis espalhados pela Amazónia e encontrar padrões não detectáveis pelo ouvido humano: por exemplo, a presença silenciosa de um jaguar, identificável pela agitação de outras espécies.

A desflorestação em países tropicais é um dos principais factores na base das alterações climáticas, da desertificação e da perda de biodiversidade.

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