Líder do Movimento 5 Estrelas elogia “lealdade” de Salvini

Salvini “provou que mantém a sua palavra” no acordo para eleger os líderes das duas câmaras do Parlamento, diz Di Maio.

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O aplauso de Di Maio quando se confirmava a eleição de Roberto Fico para presidente da Câmara de Deputados Tony Gentile/Reuters

O líder do Movimento 5 Estrelas, o partido mais votado nas legislativas de 4 de Março em Itália, Luigi di Maio, fez largos elogios a Matteo Salvini, chefe do partido de extrema-direita Liga, que se tornou na maior formação da coligação de direita. As palavras de Di Maio deixam antever que estará pelo menos a considerar seriamente tentar negociar um acordo de governação com a Liga.

Salvini, afirmou o jovem candidato a primeiro-ministro do 5 Estrelas, “provou que mantém a sua palavra”. Numa entrevista ao jornal Corriere della Sera, Di Maio diz que estar disposto a “falar com todos pelo bem do país, desde que o diálogo se concentre nas prioridades para as pessoas e não para os partidos”.

Os elogios chegam depois do sucesso do acordo entre Di Maio e Salvini para dividir as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado: o M5S ficou com a Câmara, obtendo a eleição de Roberto Fico; a direita fez eleger para o Senado Elisabetta Casellati, membro da Força Itália, de Silvio Berlusconi.

Salvini quis oferecer este posto ao aliado que pela primeira vez ultrapassou nas urnas, mas quando Berlusconi insistiu num candidato que o M5S vetou, Paolo Romani, que já foi condenado por corrupção, tirou-lhe o tapete e mostrou sem qualquer dúvida que é mesmo ele que agora lidera a direita em Itália. A Liga obteve mais de 17% de votos, a Força Itália ficou um pouco acima dos 14%.

Entre os programas da Liga (menos impostos, controlo da imigração, com expulsão de centenas de milhares de pessoas) e do 5 Estrelas (rendimento mínimo garantido de mais de 700 euros) há um mundo de diferenças. A uni-los está a desconfiança em relação à União Europeia, mas enquanto o M5S já desistiu de medidas mais radicais, como uma eventual saída do euro, Salvini ainda acredita que o futuro passará mesmo por aí.

Mas o grande obstáculo a um entendimento é mesmo Berlusconi – o movimento anti-partidos que está prestes a chegar ao poder, foi fundado por Beppe Grillo para combater tudo o que Berlusconi representa na política italiana, dos conflitos de interesses à corrupção. Aliás, Di Maio, que com 32% foi o mais votado mas está longe da maioria, recusa telefonar ou encontrar-se com o ex-primeiro-ministro, o que muito o tem indignado.

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