Unidades de saúde devem ter provas de imunidade dos seus profissionais

A Direcção-Geral da Saúde actualizou a orientação sobre o controlo de sarampo em unidades de saúde. DGS alerta para a necessidade de serem aplicadas precauções de via aérea, para além das precauções básicas de controlo de infecção.

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NFACTOS/Fernando Veludo

As instituições prestadoras de cuidados de saúde devem assegurar que têm provas documentadas sobre a imunidade contra o sarampo de todos os seus profissionais, caso estes já tenham tido a doença ou tenham sido vacinados com duas doses, como recomendado. É o que diz a orientação da Direcção-Geral da Saúde (DGS) sobre controlo de sarampo em unidades de saúde, actualizada neste sábado.

Estas orientações surgem na sequência do surto de sarampo no hospital de Santo António, no Porto, no qual estão confirmados 25 casos, 22 dos quais são profissionais de saúde. Destes, cinco não estavam vacinados, quatro tinham um esquema vacinal incompleto (uma dose em vez das duas recomendadas) e um desconhecia se estava ou não imunizado.

A orientação da DGS poderá prevenir situações de desconhecimento semelhantes, aconselhando a que as instituições prestadoras de cuidados de saúde, através das suas direcções clínicas e da coordenação do Programa de Prevenção e Controlo de Infecções, assegurem "prova documentada de imunidade contra o sarampo de todos os profissionais com registo de história credível de sarampo ou registo de duas doses de vacina contra o sarampo". Como já acontecia, os profissionais não imunizados ou que tenham algum grau de depressão imunitária não podem acompanhar casos suspeitos ou confirmados de sarampo.

Mas caso o façam, e tenham estado expostos de forma não protegida a doentes com sarampo, devem dirigir-se à Medicina do Trabalho/Serviço de Saúde Ocupacional, para serem avaliados "o mais rapidamente possível". 

Uso de máscaras

Perante casos que "possam configurar a hipótese diagnóstica de sarampo", as instituições de saúde devem elevar o seu nível de suspeita clínica. E, diz ainda a DGS, devem cumprir "rigorosamente" as normas de isolamento adequadas, "medidas essas que são eficazes na prevenção da transmissão do vírus, se correctamente aplicadas". Devem ser, por isso, aplicadas precauções de via aérea, para além das precauções básicas de controlo de infecção.

Caso haja suspeita de sarampo, os doentes devem ser "de imediato" desviados do circuito normal de atendimento, colocados numa sala própria, com máscara cirúrgica. Cabe à equipa de saúde analisar a natureza da infecção e as condições de isolamento disponíveis, preparando um quarto ou área de isolamento. Durante este processo, os profissionais são aconselhados a usar máscara ultra-filtrante (tipo P2).

Confirmando-se o diagnóstico de sarampo, segundo a DGS, os utentes devem ser de imediato colocados em isolamento de via aérea, preferencialmente, em quarto com pressão negativa. Acompanhantes e equipa de saúde – quer estejam imunizados ou não – nunca devem deixar de usar protecção respiratória, quando em contacto com o doente, assim como "luvas, batas ou aventais no caso de manipulação de líquidos; óculos de protecção ou viseira se risco de manipulação e/ou de projecção de gotículas."

A DGS diz ainda que o isolamento deve ser mantido desde o diagnóstico até quatro dias após o aparecimento de exantema (manchas vermelhas na pele) e, no caso de doentes imunodeprimidos, durante todo o tempo de duração da doença. Caso tenham que se deslocar no hospital, os doentes devem usar sempre uma máscara cirúrgica. 

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