PSD-Porto agita-se para as eleições da distrital

Elementos da actual liderança de Bragança Fernandes preparam-se para entrar na corrida. António Tavares está a fazer contactos com estruturas do partido.

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Bragança Fernandes deverá convocar eleições entre finais de Junho e início de Julho. Fernando Veludo

Três elementos da actual equipa dirigente da distrital do PSD-Porto, Alberto Santos, Miguel Santos e Virgílio Macedo, estão a ponderar candidatar-se à liderança da estrutura presidida por Bragança Fernandes, que deverá convocar eleições entre finais de Junho e início de Julho.

Curioso ou não é o facto de estes três dirigentes, Miguel Santos (vice-presidente da distrital), Alberto Santos (presidente do conselho de jurisdição distrital do PSD) e de Virgílio Macedo (presidente da mesa da assembleia distrital) se terem empenhado em colocar Bragança Fernandes à frente da poderosa distrital do Porto. Na altura, o deputado Paulo Rios, actual coordenador da comissão parlamentar de Economia, estava disponível para se candidatar, mas houve quem travasse a sua vontade, antecipando as eleições e tirando-o do caminho.

Ao PÚBLICO, Miguel Santos disse que só vai ponderar se se candidata à distrital quando forem marcadas eleições. “Quando chegar a altura, vou ponderar”, sublinhou o deputado. No entanto, o PÚBLICO sabe que Miguel Santos está no terreno a falar com as estruturas do partido para garantir apoios para a sua candidatura.  

Segundo fontes sociais-democratas, o vice-presidente da distrital, que foi coordenador político nacional da candidatura de Pedro Santana Lopes à liderança do PSD, pretende entrar na corrida para marcar posição relativamente a Luís Montenegro, que é apontado para suceder a Rui Rio na liderança do PSD.

O deputado Virgílio Macedo, que sucedeu na liderança da distrital a Marco António Costa, de quem é próximo, tem vindo a falar com os militantes para saber se tem espaço para ser de novo candidato. O mesmo se passa com Alberto Santos, que integrou a Coordenadora Nacional Autárquica, liderada por Carlos Carreiras, sucedendo a Jorge Moreira da Silva. Na noite eleitoral, Carreiras assumiu o mau resultado que o PSD registou nas autárquicas de 1 de  Outubro de 2017.

Fontes do PSD garantiram ao PÚBLICO que este ex-presidente da Câmara de Penafiel está a fazer contactos, sobretudo na sua zona de conforto: o Vale do Sousa e o Vale do Ave, de forma a tirar a temperatura ao partido e ver se tem condições para ir a votos.

Para já, o único candidato que se apresentou foi Rui Nunes que parte para este combate com o apoio dos Trabalhadores Sociais-Democratas.

António Tavares, provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP), já mostrou vontade em disputar as eleições, e ontem confirmou ao PÚBLICO que está a falar com pessoas. “O PSD precisa de mudar a sua atitude política e de olhar para o que aconteceu no Congresso do CDS do fim-de-semana, onde os democratas-cristãos disseram que podem ultrapassar o PSD. Isto significa que se está a faltar ao respeito ao PSD”, disse António Tavares.

“Não serei um candidato que vem de dentro da máquina [partidária], mas alguém que consegue trazer o sentimento da sociedade civil com quem o PSD tem de se reconciliar”, defende o ex-presidente da mesa da concelhia do PSD-Porto, frisando que as “eleições não podem ser encaradas como uma luta de pessoas, mas sim como uma luta de ideias para o PSD”. Pedindo unidade e não unicidade, o provedor da SCMP garante que “tudo fará para que o partido vá unido para este combate”. “Não será por mim que não haverá uma boa solução para a distrital do PSD-Porto, declara António Tavares, pedindo um novo ciclo político para o partido.

No PSD há quem defenda que António Tavares e Alberto Santos se deviam entender e apresentar uma candidatura única. “Há muitos dirigentes no distrito que estão empenhados em que os dois cheguem a um acordo”, afirma o deputado Firmino Pereira, que sai em defesa do provedor da SCMP. “Ao contrário de outros, António Tavares não se candidata para conquistar um lugarzinho na Assembleia da República para ocupar dentro de um ano e meio, e isso dá-lhe espaço de liberdade”, realça, insurgindo-se contra aqueles que se perfilam apenas por uma questão de “sobrevivência politica”.

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