Rússia testou com sucesso míssil hipersónico indetectável

Ministério da Defesa russo anunciou ensaio com sucesso, após 250 voos de treino do sistema Kinzhal, que compreende um caça Mig-31 e o novo míssil anunciado recentemente pelo Presidente Vladimir Putin.

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O novo míssil russo é lançado a partir de um caça Mig-31 DR

A Rússia testou com êxito o lançamento do novo míssil hipersónico integrado no sistema de mísseis aéreos de alta precisão Kinzhal, que é capaz de iludir o escudo antimísseis norte-americano, anunciou neste domingo o Ministério da Defesa russo.

“A tripulação de um caça Mig-31 efectuou um lançamento de prova de um míssil hipersónico de alta precisão Kinzhal”, informou Moscovo, numa nota oficial.

O Kinzhal tem um alcance superior a 2000 quilómetros e uma velocidade dez vezes maior do que a do som, tendo atingido neste ensaio um alvo num polígono militar, acrescentou o ministério, que garante que este míssil "não tem similares no mundo".

Segundo a agência russa TASS, o caça Mig-31 partiu de uma base a sul. “O lançamento decorreu normalmente e o míssil hipersónico atingiu o alvo pré-definido para este teste”, sublinha o comunicado do ministério.

Desde o início de 2018, refere a TASS, as equipas militares colocadas no sistema Kinzhal realizaram 250 voos, segundo dados do governo russo, ao abrigo de um intenso programa de treinos que permitiu testar “dia e noite” a capacidade do sistema e das equipas, e “sob diferentes condições meteorológicas”.

Neste ensaio, a trajectória do voo "aerobalístico" do míssil foi confirmada – é esta trajectória que o torna indetectável para os radares inimigos.

O Presidente russo, Vladimir Putin, apresentou o míssil, bem como outras armas do novo arsenal estratégico russo, a 1 de Março, durante o discurso sobre o estado da nação.

Na altura, Putin assegurou que o referido míssil é único no mundo e que torna inútil o sistema antimíssil americano, argumento que foi reiterado neste domingo pelo Ministério da Defesa. Putin revelou então que o Kinzhal, que pode transportar ogivas nucleares e cargas convencionais, está ao serviço do exército russo desde 1 de Dezembro. A arma “invencível”, assim rotulada por Putin, foi descrita pelo próprio como um “míssil de cruzeiro de baixa altitude, difícil de detectar, com uma carga nuclear com alcance praticamente ilimitado e com uma trajectória imprevisível, que consegue iludir as linhas de intercepção e é invencível perante todos os actuais e futuros sistemas de defesa de mísseis aéreos e terrestres”. “Não é bluff”, garantiu então, citado pela Reuters.

Numa entrevista ao canal NBC, divulgada no sábado, Putin culpou novamente os EUA pela actual corrida aos armamentos por ter abandonado unilateralmente o tratado de defesa de mísseis de 2002.

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