Pensionista com reforma suspensa por ser dada como morta

Problemas começaram em 2017 para uma mulher de 77 anos que só em Abril deverá ver a situação regularizada.

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paulo Pimenta

Uma pensionista de 77 anos, de Viana do Castelo, foi dada como morta pela Segurança Social e ficou sem receber em Fevereiro a pensão de direito próprio e a de sobrevivência, pelo falecimento do marido, contou fonte familiar.

Em resposta escrita a um pedido de esclarecimentos enviado pela Lusa, o Instituto da Segurança Social (ISS) informou que "a pensão de direito próprio e a pensão de sobrevivência foram suspensas em resultado de uma troca electrónica de dados com o Ministério da Justiça".

Fonte do ISS, contactada pela Lusa, lamentou o "lapso" que resultou na classificação da idosa como falecida, e sublinhou que "o erro foi corrigido, mal foi detectado".

No esclarecimento por escrito, o ISS explicou que "no seguimento de uma reclamação, o pagamento das pensões foi reactivado e as pensões serão pagas no mês de Abril, com os devidos retroactivos".

A resposta não satisfez Armando Sobreiro, o genro da pensionista. "A minha sogra está muito abalada com toda esta situação, que só não é mais dramática porque ainda há algum suporte familiar. Se não houvesse, como seria? Onde está o Estado?", questionou.

Nas suas declarações, Armando Sobreiro explicou que a falta de pagamento das pensões começou em Novembro de 2017.

"Em Dezembro fomos reclamar ao Centro Distrital de Segurança Social de Viana do Castelo. Informaram-nos que, num prazo de 90 dias, deveria estar a receber novamente a pensão e até nos aconselharam, por uma questão de segurança, a fazer o pedido para receber o dinheiro por transferência bancária", explicou.

Segundo Armando Sobreiro, "as pensões de Janeiro de 2018 foram depositadas, certinhas, na conta bancária, mas não o montante em atraso de 2017". Em Fevereiro, para "estranheza" da família, a idosa voltou a não receber.

"Fomos, novamente, ao Centro Distrital de Segurança Social e fomos informados de que a suspensão se ficou a dever ao facto de a minha sogra ter sido classificada como morta. Adiantaram que iriam comunicar o caso aos serviços centrais, apontando, na melhor das hipóteses, para Abril a reposição dos pagamentos", afirmou, explicando que formalizou nova reclamação.

"Isto é vergonhoso a todos os níveis e, depois, ninguém assume responsabilidade. Uma pessoa nesta situação de que forma vai sobreviver quando é suspensa a sua única fonte de rendimentos? Durante estes meses vai viver de quê, que contas paga, como paga os medicamentos?", interrogou-se.

No pedido de esclarecimento, a Lusa questionava o ISS sobre a existência de casos semelhantes no distrito de Viana do Castelo, ou em outras regiões do país, mas não obteve resposta.

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