Portugal entre os 27 países com menor risco político em 2018

Estabilidade política, melhoria de ratings e dos índices de confiança no consumo e redução do endividamento fazem do país uma oportunidade segura para os investidores.

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Estabilidade e melhoria económica fazem de Portugal um porto seguro para os investidores daniel rocha

Portugal voltou a melhorar o seu índice de risco de país em 2017, situando-se agora entre os 27 países do mundo com menor risco político, de acordo com o mapa de risco político elaborado todos os anos pela Marsh, empresa líder em gestão de riscos e corretagem de seguros.

Num ano em que o risco político continua a ser uma das maiores preocupações para as empresas, impulsionado por eventos como a crise dos mísseis da Coreia do Norte, negociações sobre o Brexit e o proteccionismo do comércio, Portugal surge como um porto seguro, para mais quando crescem os receios de instabilidade política na vizinha Espanha, por causa da crise da Catalunha, e em Itália, devido às eleições marcadas pela preponderância de partidos antissistema e eurocépticos.

Fernando Chaves, especialista de risco da Marsh Portugal, afirma que “a estabilidade política sentida nos últimos dois anos, com melhoria de ratings, dos índices de confiança no consumo e de investimento, além da redução do endividamento, são factos que contribuem para esta evolução positiva de Portugal.”

O Mapa de Risco Político 2018 da Marsh baseia-se em dados da BMI Research, uma fonte de análise independente de riscos político, macroeconómico, financeiro e sectorial. Este mapa interactivo avalia os países com base na estabilidade política e económica e dá uma visão de onde os riscos serão mais prováveis de emergir, servindo para ajudar as empresas e os Estados a tomar decisões mais informadas na sua actividade.

Segundo o especialista da Marsh, “a instabilidade social, as acções adversas do governo e as ameaças terroristas estão entre os riscos políticos mais comuns que as organizações enfrentam ao negociar ou investir em países estrangeiros”.

Uma das maiores preocupações para os investidores são o crescimento do proteccionismo ao comércio global, que os analistas dizem representar uma ameaça crescente: “Os gigantes do comércio, como os EUA, vão provavelmente procurar restrições adicionais em 2018, após um abrandamento em tais medidas em 2017”.

Na Europa, as negociações do Reino Unido para sair da União Europeia representam a maior pressão sobre o risco, enquanto na América Latina, a deterioração nas pontuações de risco de curto prazo se deve sobretudo à realização de eleições presidenciais e legislativas em vários países: Brasil, Colômbia, México, Paraguai e Venezuela.

No continente africano, a pontuação registou grandes melhorias em 2018, embora a incerteza em torno de eleições e sucessões tenha levado a um aumento acentuado do risco político no Quénia, no Gabão e na Costa do Marfim.

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