Banco BIG com lucros de 50 milhões

Esta sexta-feira, o banco de investimento posicionou-se no mercado das PMEs com uma plataforma digital de capitalização.

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pcm patricia martins

O Banco de Investimento Global (BIG) deverá registar em 2017 uma subida dos seus lucros em torno dos 20%, passando dos 43,4 milhões de euros apurados no exercício anterior para mais de 52 milhões de euros, apurou o PÚBLICO. Sem avançar detalhes, ou confirmar a informação, o presidente Carlos Rodrigues do banco de investimento (com 17 agências) mostrou-se optimista sobre o fecho das contas do ano passado.

As declarações foram proferidas durante um almoço com a comunicação social e no quadro da apresentação de um instrumento de apoio à capitalização das pequenas (até 50 trabalhadores) e médias (não mais de 250 trabalhadores) empresas (PMEs), numa lógica pan-europeia.

O administrador Mário Bolota, explicou que se trata de uma ferramenta digital (de acesso confidencial), designada de Capitalizer, e que se destina, entre outras coisas, a promover o acesso das PMEs a uma rede de contactos de investidores institucionais que procuram oportunidades para financiar projectos de investimentos, substituir ou reforçar o capital, ajudar à profissionalização da gestão, entrar em novos mercados. 

Embora o produto se destine ao mercado das PMEs europeias, com um nível de autonomia financeira abaixo dos 20%, resultados operacionais até 300 mil euros, e com lucros, numa primeira fase está direccionado a empresas portuguesas e espanholas, avançou o mesmo administrador.

Em causa estão operações até cinco milhões de euros, um mercado que se admite ser, nos dois países, de 300 milhões de euros. A expectativa, disse o mesmo administrador, é que o BIG vá “buscar” negócio “entre 15 a 30 milhões de euros”. Em termos de custos, o cliente pagará 500 euros ao BIG por usar a plataforma digital e o produto Capitalizar será remunerado em função do sucesso do serviço que vende.

Com a crise financeira que eclodiu em 2007/2008, a base de levantamento de fundos tornou-se restritiva, em especial, para as PMEs, o que agravou o quadro para este segmento, em particular para as empresas sem dimensão para aceder aos mercados financeiros e com elevados níveis de endividamento e baixo nível de capitalização. 

Mário Bolota recorreu a um estudo do economista Augusto Mateus onde se revela que o nível de autonomia financeira do sector empresarial português é de 30,8%, comparável com os casos de Itália (30,7%) e de França (32,1%). E muito abaixo do que se passa na Bélgica (48,5%), em Espanha (48,1%) e Alemanha (40,4%).

O mesmo trabalho refere que, em 2011, o stock de dívida bancária das PMEs em Portugal era de 86 mil milhões, estimando entre 500 milhões e 1,5 mil milhões de euros as necessidades de capital das empresas com uma autonomia financeira inferior a 20%.

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