PCP não gosta de ver PS e PSD mais próximos

Movimentações dos últimos dias “confirmam que o PS, e o seu Governo, seguindo as suas opções de classe ao serviço do grande capital, assume cada vez mais a convergência com o PSD e o CDS”, escrevem os comunistas.

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Nuno Ferreira Santos

Os comunistas não gostaram de tantas “expressões de consensualidade” entre Rui Rio e António Costa que mostram a “convergência de opções e posicionamentos que PS e PSD partilham em matérias estruturais”, como a legislação laboral e a “submissão” à União Europeia. E não se coíbem de o dizer publicamente.

Numa nota divulgada ao fim da tarde desta quarta-feira, um dia depois da reunião entre Rio e Costa em São Bento, o PCP mostra o seu desagrado com as declarações do social-democrata sobre aquilo a que este chama “nova fase no relacionamento com o Governo”, assim como com a “assumida articulação” entre os dois maiores partidos para a descentralização e os fundos comunitários.

O PCP, que enviou ao congresso do PSD uma delegação, considera que o encontro social-democrata foi uma “clara tentativa de apagamento da memória da acção de destruição do país e dos direitos” e tenta ligar os socialistas a esta nova fase do partido agora liderado por Rui Rio.

Para os comunistas, as movimentações políticas entre socialistas e sociais-democratas depois do congresso do PSD deste fim-de-semana “confirmam que o PS, e o seu Governo, seguindo as suas opções de classe ao serviço do grande capital, assume cada vez mais a convergência com o PSD e o CDS”. Lembram que isso tem acontecido “em várias situações” e dão como o mais recente exemplo o chumbo da proposta do PCP para a reposição do valor do trabalho extraordinário.

Com socialistas e sociais-democratas cada vez mais em sintonia, os comunistas tentam marcar posição colocando-se bem longe destes entendimentos. “O que os desenvolvimentos da situação nacional decorrente do congresso do PSD revelam é que, para prosseguir o caminho de avanços na reposição e conquista de direitos (com o que traduz de condição para o crescimento económico e de elevação das condições de vida), exige-se o reforço do PCP e da sua influência política”, remata a nota do partido.

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