Trump e Lavrov negam suspeitas depois de acusação a 13 russos

A equipa do procurador especial que investiga as suspeitas de interferência russa nas eleições norte-americanas acusou formalmente 13 russos ligados a uma empresa que espalhou desinformação nos EUA.

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Reuters/ERIC THAYER

“Os resultados das eleições não foram influenciados”, garantiu Donald Trump, depois de a equipa do procurador especial, Robert Muller, que está a investigar as suspeitas de interferência da Rússia nas eleições presidenciais norte-americanas em 2016, ter acusado formalmente 13 russos ligados à empresa Internet Research Agency, com sede em São Petersburgo.

Esta empresa é uma conhecida “fábrica de trolls” russa que se tem notabilizado por liderar campanhas de desinformação na Internet com a proliferação de notícias falsas. Mueller acusa os 13 russos ligados a esta empresa de conspiração contra os Estados Unidos, conspiração para cometerem fraude bancária e roubo de identidade agravado.

O Presidente, cuja campanha em 2016 está também sob suspeita de conluio com Moscovo para influenciar os resultados, garantiu no Twitter que nada de errado foi feito: “A Rússia iniciou a sua campanha anti-EUA em 2014, muito antes de eu anunciar que iria candidatar-me a Presidente. Os resultados das eleições não foram influenciados. A campanha Trump não fez nada de errado – não há conluio!”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, reagiu às acusações de sexta-feira este sábado, afirmando que não vai falar sobre o assunto enquanto não existirem factos mas considerando a acusação uma “conversa sem sentido”.

“Enquanto não virmos factos, tudo o resto é apenas conversa sem sentido”, disse, citado pela BBC, quando foi questionado pelos jornalistas na conferência de segurança que decorre na cidade alemã de Munique.

H.R. McMaster, conselheiro para a Segurança Nacional dos EUA, afirmou que as provas divulgadas na acusação desta sexta-feira são “indiscutíveis”, mas que os esforços de Moscovo para interferir nos processos eleitorais dos países ocidentais têm falhado.

“A Rússia pode avaliar o que tem feito... porque não está a resultar”, disse, falando pouco depois de Lavrov, na mesma conferência. As acusações e as investigações que decorrem nos EUA podem servir para obrigar Moscovo a recuar nas suas intenções, disse ainda McMaster. 

Antes, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, afirmara que as acusações de que Moscovo interferiu nas eleições norte-americanas são “absurdas”.

“Existiram 13, de acordo com o Departamento de Justiça dos EUA. Treze pessoas interferiram nas eleições dos EUA?! Treze, contra os milhares de milhões do orçamento dos serviços secretos?”, questionou, numa publicação no Facebook.

O attorney general adjunto dos EUA, Rod Rosenstein, reagiu igualmente à acusação numa conferência de imprensa: “Os acusados conduziram alegadamente o que chamaram de guerra contra os EUA, com o objectivo de espalhar desinformação contra candidatos e contra o sistema político em geral”, cita a Reuters.

De acordo com a acusação de Mueller, os 13 russos estiveram nos EUA para obterem informações e fizeram-se passar por cidadãos norte-americanos na Internet para tentarem mudar o sentido de voto de eleitores. 

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