O Facebook está a testar uma nova ferramenta de reacção a publicações: o downvote (ou voto negativo). Mas não é o tão aguardado botão de “não gosto” — é antes uma aproximação ao que já acontece em fóruns como o Reddit.

A nova funcionalidade serve sobretudo para assinalar comentários negativos. Quando se clica no botão “downvote”, o comentário fica oculto (para quem o denuncia) e os utilizadores podem escolher reportá-lo como “ofensivo”, “enganador” ou “despropositado”.

“Estamos a experimentar esta opção e queremos que os utilizadores nos dêem feedback acerca dos comentários nas publicações de páginas públicas”, disse um porta-voz da empresa ao site TechCrunch, sublinhando que não se trata de um botão de “não gosto”.

Por enquanto, apenas um grupo restrito de utilizadores pode usar esta funcionalidade: o teste está a correr junto de 5% dos utilizadores de Android anglófonos nos EUA. Não está a ser testada em grupos, em páginas de figuras públicas ou em comentários de amigos.

Ao contrário do que acontece em plataformas como o Reddit, quando um comentário recebe um voto negativo a sua visibilidade não é afectada. O comentário continua a estar visível para outros utilizadores. A ferramenta funciona apenas para sinalizar o comentário ao Facebook.

Esta funcionalidade surge ainda no contexto de um esforço do Facebook para valorizar publicações que possam ter maior interesse para os utilizadores, como aquelas que são partilhadas por amigos e familiares, em detrimento das publicações virais, notícias ou vídeos humorísticos.

O downvote vem aumentar o leque de ferramentas de reacção a comentários que já tinha crescido em 2015, quando o Facebook lançou as reacções. 

A semelhança da nova opção com uma das ferramentas mais distintivas do Reddit não passou despercebida ao co-fundador do fórum, Alexis Ohanian, que reagiu no Twitter em tom sarcástico: “Que forma sincera de elogio! Quem me dera ter patenteado [o ‘downvote’] e o ‘upvote’ quando pensei neles”.

Esta sexta-feira, o Facebook também anunciou que irá duplicar o número de engenheiros que emprega em Londres, num esforço para desenvolver soluções para alguns dos problemas que atingem a maior rede social do mundo.

No mesmo comunicado, o Facebook informou que iria atribuir um total de dez milhões de dólares (ou oito milhões de euros) para o apoio ao desenvolvimento de comunidades que tenham vida para além da rede e que amenizem o actual problema de polarização política.