Em resposta ao #MeToo, a número 2 do Facebook propõe #MentorHer

Sheryl Sandberg desafia os homens a orientar profissionalmente as mulheres nos seus locais de trabalho.

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Sheryl Sandberg é uma multimilionária que fundou a LeanIn.Org Reuters/YVES HERMAN

Na sequência do #MeToo, Sheryl Sandberg, a número 2 do Facebook, a fundadora da organização não governamental LeanIn.Org, propõe uma nova campanha em que desafia os homens a orientar profissionalmente as mulheres no seu local de trabalho, num projecto de mentorado. Chamou-lhe #MentorHer, noticia a Forbes.  

O apelo de Sandberg já tem o apoio de 38 líderes e CEO como Bob Iger da Disney, Mary Barra da General Motors ou Reed Hastings da Netflix, entre outros, que se comprometem a orientar as mulheres das suas empresas.

"Este é o momento para acabar com o assédio sexual agora e para sempre", declarou Sandberg numa entrevista nos bastidores da quarta conferência anual Makers em Los Angeles, Califórnia, um encontro organizado pela marca de comunicação social feminista da Verizon.

Para Sandberg, com o número desproporcional de homens em cargos de poder, é fundamental a orientação das mulheres pelos homens, de maneira a criar paridade no local de trabalho. No entanto, depois dos escândalos que rebentaram em Hollywood e não só, três em cada dez homens diz sentir-se desconfortável em trabalhar sozinhos com mulheres, revela uma sondagem levada a cabo pela LeanIn.Org e a SurveyMonkey.

A mesma revela que um em cada seis homens com poder dentro da empresa hesita em orientar uma mulher. "É deprimente quando os séniores [nas empresas] são 3,5 vezes mais hesitantes em fazer um jantar de trabalho com uma mulher júnior do que com um homem júnior e cinco vezes mais hesitante em viajar com uma mulher júnior do que um homem júnior", revela Rachel Thomas, presidente da LeanIn.Org . "Isso significa que as mulheres têm menos interacções com líderes da sua empresa", diz, citada pela Forbes.

Portanto, esta mudança de atitude por parte dos homens são contraproducentes e não resolvem a questão do assédio sexual. Segundo um outro estudo da mesma associação, este é duas vezes mais comum em organizações dominadas por homens.

"O mentorado é fundamental para assumir papéis de liderança", explica Sandberg. "Se a reacção ao que acontece no local de trabalho é uma desculpa para isolar as mulheres, isso é inaceitável." Para a multimilionária, "este é o momento de investir mais na mulher, e não menos".

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