Fantasporto 2018 tem “o orçamento mais baixo de sempre"

Festival decorre de 20 de Fevereiro a 4 de Março, no Teatro Rivoli. Vai ter três longas portuguesas em antestreia mundial.

Foto
Lauro António Nuno Ferreira Santos

A 38.ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto (Fantasporto), que vai decorrer de 20 de Fevereiro a 4 de Março, tem “o orçamento mais baixo de sempre”, inferior a cem mil euros, menos “cerca de 40%” do que em 2017, revelou esta quarta-feira o director, Mário Dorminsky.

O responsável da cooperativa Cinema Novo, organizadora do festival, falava em conferência de imprensa realizada no Teatro Rivoli, cujas salas irão acolher, nas secções competitivas, uma centena de filmes seleccionados das seis centenas provenientes de 59 países.

Já se sabia que a abertura oficial vai fazer-se com a produção espanhola Marrowbone, de Sérgio Sanchez, cabendo a Anna Karenina: Vronsky's Story, do russo Karen Shakhnazarov (realizador homenageado no Fantasporto de 2012), inaugurar as secções competitivas (dia 23); e a Le Fidèle, de Michael R. Roskam, que foi o candidato belga ao Óscar de melhor filme estrangeiro, sem que tenha passado à lista de nomeados, fazer o encerramento (3 de Março).

Outras entradas na selecção do Fantasporto 2018 serão, em antestreia mundial, a super-produção egípcia Al Asleyeen, de Marwan Hamed; o sul-coreano True Fiction, de Jin-Mook Kim; Involution, co-produção russo-alemã de Pavel Khvaleev; Ajin-Demi Human, da Toho, a maior companhia de cinema do Japão; e os portugueses Uma Vida Sublime, de Luís Diogo; Doutores Palhaços, de Bernardo Lopes e Helder Faria; e Aparição, que Fernando Vendrell adaptou do romance homónimo de Vergílio Ferreira.

Falando ainda das restrições orçamentais que marcam a próxima edição do festival – que este ano terá como tema a Ética –, Mário Dorminsky revelou que o apoio do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) é de "cerca de 48,9 mil euros" (em 2017, foi de 49,6 mil euros), bem “abaixo dos 100 mil euros", o orçamento geral de um festival que continua com um "grande reconhecimento e força internacionais”.

Apesar disso, o Fantasporto irá contar com dezenas de convidados estrangeiros a acompanhar os filmes. Para Dorminsky, a situação "não teve um efeito negativo na vinda das pessoas, mas em termos de imagem é negativo". E o director lembrou que a cooperativa Cinema Novo, fundadora do festival e a estrutura que assegura a sua realização, conta actualmente “com apenas um funcionário". "Os apoios de que estamos a falar são em concreto para o festival. A margem que temos é a dos patrocinadores. Tirando isso, não era possível a estrutura continuar", lamentou o director.

“Há coisas que não aceito. Não aceito que o ICA tenha 700 mil euros para dar a 20 festivais, e um milhão de euros para dar a um filme de animação. Isso está a acontecer neste momento", criticou.

Além das estreias das produções portuguesas já referidas, o festival vai homenagear Lauro António projectando a sua primeira longa-metragem, Manhã Submersa (3 de Março), e contar com oito universidades e escolas de cinema no prémio de Cinema Português.

O 38.º Fantasporto apresenta também uma retrospectiva do realizador de Taiwan Chang Tso-Chi e uma mostra do que classifica como Taiwan B-Movies, dos anos 1970 e 1980.

O programa contempla ainda a exibição de Dream Demon, no 30.º aniversário da estreia deste filme fantástico britânico, com a presença do seu realizador, Harley Cokeliss (24 de Fevereiro).

 

Sugerir correcção
Ler 1 comentários