Erdogan e o Papa discutiram estatuto de Jerusalém; manifestantes mantidos à distância

Pela primeira vez em 59 anos um chefe de Estado turco foi ao Vaticano.

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Recep Erdogan com a mulher na audiência com o Papa Reuters
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Os manifestantes cursod e italianos foram mantidos fora da Cidade do Vaticano pela polícia romana Massimo Percossi/EPA
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Erdogan e o Presidente italiano, Sergio Mattarella PAOLO GIANDOTTI/EPA

Na primeira visita em 59 anos de um chefe de Estado turco ao Vaticano, Recep Erdogan reuniu nesta segunda-feira com o Papa Francisco – entre os temas da conversa estavam o estatuto de Jerusalém, os direitos humanos e os refugiados. Enquanto decorreu o encontro, curdos e italianos manifestaram-se e houve confrontos com a polícia a curta distância da Cidade do Vaticano.

Os cerca de 150 manifestantes tentaram aproximar-se do Vaticano, mas a polícia de choque italiana impediu-os – houve reforço policial e a cidade de Roma ficou em alerta de segurança devido a esta visita. Uma pessoa foi detida e outra ficou ferida na cabeça. 

"Espanta-me que o Papa receba uma pessoa como esta, um ditador, um assassino com sangue nas mãos", disse Said Durson, um dos manifestantes, citado pela estação de televisão abc.

No mês passado, a Turquia iniciou uma ofensiva no enclave curdo na região síria junto à sua fronteira. Segundo o Governo de Erdogan, as milícias curdas ali apoiadas pelos Estados Unidos são grupos terroristas e uma extensão dos curdos que lutam dentro da Turquia pela criação de um estado.

A conversa entre Erdogan e o Papa foi descrita pelas duas partes como cordial. Francisco e o Presidente turco manifestaram preocupação pela decisão da Administração Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel. Numa entrevista ao jornal italiano La Stampa, Erdogan disse que já tinha falado com o Papa ao telefone sobre Jerusalém e que ambos são a favor da manutenção do statu quo na cidade que é considerada santa para as três religiões monoteístas.

O Vaticano, num comunicado, disse que o Presidente turco e o líder da Igreja Católica discutiram o Médio Oriente "e sublinharam a necessidade de promover a paz e a estabilidade na região através do diálogo e da negociação, no respeito pelos direitos humanos e da lei internacional".

O Papa e Erdogan já se tinham encontrado em 2014 na Turquia. 

 

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