Portugueses compraram 4,6 mil milhões de euros online em 2017

Dados revelados hoje pela Associação de Economia digital indicam que quase 50% do valor das aquisições foi realizado em sites fora do território nacional

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Compras online e visitas a lojas físicas estão cada vez mais interligadas nos hábitos de consumo em Portugal pcm patricia martins

O valor de compras realizadas através de comércio electrónico a partir de Portugal quase triplicou entre 2009 e 2017, de 1,7 mil milhões de euros para 4,6 mil milhões de euros. Para os próximos oito anos, a estimativa é crescer para 8,9 mil milhões de euros, uma duplicação do balanço do ano passado.

Os dados apresentados esta terça-feira, 30 de Janeiro, pela Acepi – Associação da Economia Digital, e que constam do Estudo da Economia Digital em Portugal, foram obtidos em parceria com a consultora IDC.

De acordo com Alexandre Nilo Fonseca, presidente da direcção da Acepi (criada em 2000 sob a designação Associação do Comércio Electrónico e da Publicidade Interactiva) perto de 50% das compras online realizadas a partir de Portugal foram feitas para fora do país.

O estudo da responsabilidade da Acepi e da IDC, realizado em vários países por método de “amostragem”, estima que em Portugal haja “três milhões de compradores online” – enquanto consumidores finais (“B2C” ou business- to-consumer).

Nas áreas de negócio entre empresas (“B2B”, de business-to-business) e entre o sector privado e o Estado (“B2G” ou business- to-government), o volume de negócios ascendeu a 70 mil milhões de euros em 2017 (um dos anos com menos contratação de obra pública). 

Mais uma vez, o valor do ano passado representou quase o triplo dos 24 mil milhões de euros realizados oito anos antes, em 2009 (recorde-se que a partir de Novembro de 2009 toda a contratação pública passou a ser electrónica). A ACEPI e a IDC estimam que dentro de oito anos o indicador passe para 132 mil milhões de euros.

Que mudanças trarão a entrada da Amazon (em negociação com a autarquia do Porto) e, indirectamente da Google (que virá para Oeiras, segundo anúncio público do Governo), em Portugal, para estes dados? Para Nilo Fonseca, haverá sobretudo um efeito de reposicionamento dos operadores locais face aos gigantes de comércio electrónico, designadamente a Amazon – que contudo já tem operação directa e centros logísticos em Espanha.

O presidente da Acepi tem esperança igualmente que Amazon e Google venham a ajudar a ”criar e desenvolver talento em Portugal”.

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