Líder da bancada do CDS dá recado a Rio sobre a descentralização

Nuno Magalhães mostrou disponibilidade para consensos com o PS.

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Nuno Magalhães Nuno Ferreira Santos

Na primeira intervenção do dia nas jornadas parlamentares do CDS, o líder da bancada parlamentar Nuno Magalhães deixou um recado ao líder eleito PSD, Rui Rio, ao defender que a descentralização “não é uma guerra Norte-Sul”.

Ao almoço, depois de uma manhã de visitas ao Porto de Setúbal e a uma multinacional no mesmo distrito, Nuno Magalhães mostrou disponibilidade para uma descentralização que permita combater as desigualdades e as assimetrias regionais. Sem nunca se referir a Rui Rio – que este fim-de-semana questionou, em declarações ao Expresso, a decisão da Google de instalar serviços em Lisboa – o líder da bancada dos centristas defendeu que a “descentralização não é uma guerra Norte-Sul que, aliás, está em desuso, nem uma guerra litoral-interior”.

Nuno Magalhães considerou que é antes “uma guerra” para “combater o subdesenvolvimento em muitas áreas, as desigualdades e as assimetrias regionais”. Sem entrar em pormenores, o líder da bancada dos centristas defendeu a necessidade de um modelo de descentralização que permita “mais e melhores competências nas áreas que já existem”, mas “não para criar novos cargos nem criar jobs para os boys”.

Em jeito de balanço da primeira metade da legislatura, Nuno Magalhães lembrou o processo orçamental em que a maioria de esquerda chumbou todas as 90 propostas apresentadas pelo CDS – mesmo as “copiadas pelo PS” – e criticou, por isso, o “sectarismo” dos socialistas. Num momento em que o novo líder do PSD parece disponível para entendimentos com o PS, os centristas parecem não querer ficar de fora. “Estamos disponíveis para consensos para que assim aconteça nas áreas estruturantes”, afirmou, depois de dizer que “caiu a máscara ao PS” quando o primeiro-ministro fala em “diálogo” mas depois a bancada socialista não age nesse sentido. O exemplo dado foi o da reforma florestal, cujas propostas baixaram à comissão sem votação para que as divergências à esquerda permaneçam discretas. Mas Nuno Magalhães adiantou que o CDS irá provocar a votação dos diplomas, para obrigar os partidos a clarificarem as suas posições.

Se o líder da bancada fala em consensos, a líder do partido aproveitou para criticar o Governo sobre o investimento público, que em 2017 ficou 700 milhões de euros aquém do previsto. "O Governo falta com a sua palavra e engana os portugueses", acusou Assunção Cristas, no final de uma visita ao orto de Setúbal. Questionada sobre a investigação judicial ao ministro Mário Centeno, a líder do CDS escusou-se a comentar. 

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