Para a presidente da Associação das Termas de Portugal (ATP), Teresa Vieira, o relançamento do sector depende não só dos agentes económicos mas também de políticas integradas. Sobre o crescimento do segmento de bem-estar, diz, em resposta por escrito, que tem sido bastante expressivo e que irá continuar, embora o seu peso no total do volume de negócios seja ainda diminuto face ao terapêutico.

Ao todo, há vinte medidas de acção contidas no relatório do grupo de trabalho interministerial da Economia e da Saúde. Esta é a oportunidade de relançar o sector?
O relatório identificou especificamente o conjunto dos constrangimentos à evolução do sector. Com base nesse diagnóstico e nas oportunidades detectadas, foi definido um conjunto de 20 acções distribuídas por três eixos estratégicos: criação de valor e internacionalização; reforço de conhecimento e competências; dinamização económica e financeira. O relançamento do sector depende não só dos agentes económicos directos e indirectos mas de políticas integradas - locais, regionais e nacionais, nos diversos domínios, que ultrapassam a economia e a saúde. Trata-se de assumir o termalismo como uma estratégia nacional! Pela ambição e abrangência das acções propostas, estamos perante um documento estratégico de enorme importância para o relançamento da actividade termal no nosso país. Estão definidas as medidas, os dinamizadores e o timing para a sua implementação. É uma oportunidade única para o sector. 

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Que medidas destacaria como as mais fulcrais?
Todas elas são de enorme importância para o sector. Certamente que a reposição dos reembolsos é uma das mais relevantes e aplicável a curto prazo. Mas, na sequência da resposta anterior, destacamos todas as acções relacionadas com a afirmação e promoção das Termas de Portugal no mercado interno e, sobretudo nos mercados internacionais, passando pelas medidas para aprofundamento de conhecimento científico da terapêutica termal, formação e capacitação dos recursos humanos, a valorização do termalismo nas políticas públicas de saúde, redução dos custos de contexto e de exploração e a simplificação e desburocratização dos processo de licenciamento, funcionamento e fiscalização da actividade termal.   

Sente que tem havido uma maior procura pelo termalismo de bem-estar e lazer? É por aqui que o sector tem mais espaço para crescer?
Sim, o crescimento do segmento bem-estar é bastante expressivo e a procura continuará a crescer, embora o seu peso no volume de negócios seja ainda redutor face ao segmento terapêutico. Estimamos que com a reposição dos reembolsos também este segmento registe um crescimento. Sem prescindir, a nossa aposta passará cada vez mais por programas de educação e promoção da saúde e de estilos de vida saudável. São programas que dão resposta a problemas decorrentes de estilos de vida não saudáveis, como por exemplo, stress, má nutrição, sedentarismo, que vão crescer exponencialmente nos próximos anos e onde as termas se destacam positivamente pelos factores diferenciadores da sua oferta.